SEM PRESSÃO A EM SE COMPORTA MELHOR

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Oie meus queridos amores múltiplos, como vocês estão? Estou um pouco ausente dos blogs, desse espaço que tanto amo escrever, do meu cantinho abandonado avidacomesclerosemultipla.com.br,  porque precisei dar prioridade para o nosso Tchica Parrilla, um Gastrobar aonde estou  fazendo turnos diferentes para poder dar uma mãozinha.

Por exemplo, a noite no horário de funcionamento e durante o dia, nos bastidores de criação do ambiente, marketing, decoração e conceito.

Tudo isso, consome nosso tempo, principalmente nossa mente.

Tô longe também desse time incrível, de blogueiros da AME que tenho orgulho em fazer parte desde o início do projeto.

Bem, estou aqui para contar sobre algumas novas sensações  que  percebi após voltar a fazer algo mais parecido com trabalhar.

Para quem me acompanha,  sabe que sou professora aposentada do Estado de São Paulo,  pois me sentia muito fadigada durante toda a semana e precisava sair afastada habitualmente, por  não dar conta de cumprir a carga horária completa de 40h.

Quando professora em sala de aula, nunca consegui pegar um número de aulas tão alto, porque o trabalho do professor não é realizado apenas dentro da escola.  Quanto maior o número de aulas semanais, mais salas de aulas, maior o número de alunos, mais provas e trabalhos a corrigir, mais tempo de horário livre pedagógico, mais turmas a administrar. Ou seja, trabalho triplicado.

Quando me readaptei, fui transferida  para a Secretaria de Educação de São Carlos para exercer funções administrativas. O que não me agradou, por não ter um local correto aonde eu pudesse me sentir acolhida. Quando a folha de funcionários ia ser remanejada, lá ia a Fabi pra outro departamento tampar buraco.

O cargo que me designaram realmente, foi o de telefonista por meio período, porque o outro colega também readaptado fazia o turno da manhã no PABX. Então, a Fabi no matutino ficava em qualquer lugar e a tarde tinha que ser telefonista.

O único  porém que meus superiores não atentaram, foi que esse cargo, é um dos mais estressantes dentro da secretaria, inclusive tem insalubridade e no período de maior movimento, a Fabizinha aqui, saia de licença, porque surtava literalmente. Até o dia em que provei que o telefone era prejudicial a minha vida com EM.

Um ano se passou e a lei estadual mudou, aquelas pessoas que faziam a carga horária conforme a hora/aula, ou seja horas de 50 min, passou a contar como hora/relógio, horas de 60 min. Parece bobagem vendo assim, mas no fim do cálculo eu tinha um dia de 6 horas de carga horária e de repente passou a ser de oito horas e todos os dias da semana.

No meu caso, o impacto foi tão grande que acarretou na minha aposentadoria por invalidez dada pelo Estado, com a fadiga sendo constatada como Incapacitante no laudo do perito, após o exame clínico.

Atualmente ajudo o Baby esporadicamente, nos dias de maior movimento. Que seriam as quintas, sextas e sábados, em algumas outras ocasiões também estou lá no Tchica Parrilla.  Claro que é completamente diferente estar num local pelo simples fato de desejo, além da necessidade.

O que gostaria de compartilhar com vocês, é a questão da pressão em que nos colocamos quando temos um compromisso.

Principalmente se esse depende exclusivamente de nós, como no trabalho por exemplo. Havia noites em que eu nem dormia direito, porque já ficava com aquele pavor de acordar e não estar me sentindo bem pra ir trabalhar. Daí ter que ir atrás da neuro, pedir atestado, ter que ir ao trabalho para requerer a licença e por aí vai, um estresse atrás do outro.

Hoje tendo a responsabilidade de ir ajudar no Tchica, fico mais tranquila, porque penso assim: ” eu irei, até que eu note que será melhor eu não ir.” Não me cobro para que eu esteja disposta para cumprir com minhas obrigações.

Como é o caso das atividades cotidianas que tenho que fazer, se logo que acordo, noto no check list que tem algo que não está legal, uma dor de cabeça forte, fraqueza, vertigem, fadiga por exemplo, peço para desmarcar.

Impossível estar sempre bem diariamente com uma condição crônica, ainda mais autoimune,  que tem  a imprevisibilidade como característica.

Acredito que essa é uma das piores inseguranças que a EM nos causa, depois de muito tempo convivendo com a companheira, você vai ficando mais esperta. Como não se esforçar muito em dias próximos ou antes de compromissos inadiáveis e também de se cuidar mais nesses dias.

Mas na questão de um ofício diário, não tem muito como se preparar. As agendas não são programadas com tanta antecedência, em que você possa se cuidar, não abusar e se programar.

Muitas vezes, você deve cumprir com as suas obrigações no trabalho e olhar para o que está acontecendo com você realmente, não sobra tempo.

O que quero dizer com isso, é que muitas vezes fazemos as nossas atividades obrigatórias,  rotineiras de forma automática e quando nos demos conta, o tempo passou, o estresse chegou, o cansaço bateu, a fadiga se instalou e nós somos forçados a mudar toda a nossa rotina por um bem maior, a qualidade de vida.

Uma das lições que tirei da vida com esclerose múltipla, foi exatamente essa: ” Não vale a pena se desgastar, por causa de ninguém e de coisas materiais. ”

O trabalho foi uma dessas coisas. Nada que tire nossos cuidados com a saúde, vale o preço que será pago.

E com vocês meus amores múltiplos, como lidam com a EM e a pressão do trabalho? No caso de precisar se ausentar de repente, é uma questão acertada com seus superiores?

Acredito que o melhor a fazer é seguir um dia de cada vez, sem se pressionar, sem pensar muito no antes. Ou seja, deixar rolar pra ver como é que fica.

Enfim, AmorES múltiplos vou deixando vocês por aqui, desejando um ano novinho e feliz pra todos nós!

Milhões de beijinhos e até o próximo POST.

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