Esta história é real!

Compartilhe este post

Compartilhar no facebook
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no twitter

Esta história é real! Você está prestes a ler o texto escrito por Aline Thais Barbosa Gato, de Manaus, no Amazonas. Ela convive com a EM há dois anos. 

É sobre um mundo novo sendo descoberto, sobre desafios superados e aventuras constantes, com pitadas de drama e desespero, mas principalmente sobre um belo reencontro. Escolhi compartilhar com quem chega e com quem já está por aqui, zanzando atrás de
respostas, ou alguma história que se conecte com seu momento, um pouco dessa experiência, ora caótica, ora reflexiva, que é conviver com esclerose múltipla.

Em janeiro de 2022, a percepção que eu tinha da vida se tornou diferente. Naquele momento, os dias eram tão agitados quanto os de hoje e eu pensava que meus pés acompanhavam minhas emoções, pensamentos e obrigações. Então eu tropecei e caí, não literalmente (mas quase). Aconteceu que, após uma única noite de mal-estar e febre alta, abri os olhos e percebi que meus pés estavam dormentes, um formigamento que durou um dia inteiro. Adormeci e, ao despertar, a sensação havia se estendido até o abdômen. Dessa vez, o que falhou foi minha visão, assim… do nada.

Após 1 semana sentindo aqui (ou não sentindo bem [risos], é difícil explicar), fui ao pronto-socorro e aí comecei a trilhar sobre um caminho de incertezas. A verdade é que nenhum profissional naquele instante sabia dizer o que poderia ser. A partir disso, comecei a ser desacreditada e que eu poderia estar “criando coisas” na minha cabeça (quase acertaram, risos).

Sim, é real: Recebi alguns diagnósticos…

Como ansiedade, estresse, síndrome de guilan-barre, neuromielite óptica e, finalmente, esclerose múltipla. E, aí, o tal mundo novo que eu nunca havia conhecido surgiu. Não é tranquilo ouvir que você possui uma doença neurológica degenerativa e incurável (por enquanto). Aliás, é importante lembrar que essa parte da EM é aterrorizante, até a ficha cair que todos nós, com ou sem ela, estamos de certa forma degenerando e até hoje nunca conheci um imortal.

Mas até eu chegar nesse equilíbrio, tiveram muitos desafios para superar, rolaram lágrimas e dor, noites de insônia e medo… muito medo de não voltar a enxergar, de parar de andar e de todos os finais que julgamos infelizes que uma história pode ter. Se eu puder aconselhar alguém nesse estágio, eu digo ser nele que podemos repensar, realizar e reconstruir as emoções, pensamentos e as ditas obrigações.

A EM é uma realidade conflitante, como um complexo sistema que deveria me proteger pôde ter se revoltado contra mim? É difícil entender, eu sei! Mas com um pouco de humildade e atenção, dá para perceber que um sistema complexo, apesar de nervoso, é sagaz e me protegeu de mim mesma. Essa compreensão não vem simplesmente, reconstruir hábitos e emoções, aprender a conviver com dores e com o confronto interno (corpo, mente, espírito) é um lento processo de (Re)nascimento, que envolve aceitar ajuda dos médicos, dos remédios, do apoio familiar,
do alimento, dos estímulos físicos, mentais e espirituais.

O que você tiver à disposição, USE!

Acredite, quem está ao seu lado durante esse período se importa. Às vezes, aquilo que nos faz cair é essencial para podermos ressurgir.

Meu nome é Aline, sou uma mulher preta, nortista, mãe, esposa, filha… dentre muitas coisas, sou paciente de esclerose múltipla há dois anos, é estranho, mas a EM salvou minha vida. Me ensinou a praticar exercícios, meditar e me reencontrar, e que não preciso ter certeza nem pressa de chegar em algum lugar. Mas, se eu chegar, será admirando o percurso.

Explore mais

blog

Quebrando tabus

Quebrando tabus: Já se perguntou por que, quando falamos de sexualidade, ainda há tanta hesitação em reconhecer que pessoas com deficiência também sentem desejo, prazer

blog

Diagnóstico ou sentença?

Diagnóstico, rótulo ou sentença de morte? Quando uma pessoa na sua vida, assim, sem esperar (na verdade, ninguém espera por isso) recebe o diagnóstico de uma