Qual especialista devemos procurar para concluir e fechar o diagnóstico de EM?

O neurologista é o médico capacitado para fazer o diagnóstico e o tratamento da EM.

É comum que neurologistas não especialistas encaminhem as pessoas com suspeita de Esclerose Múltipla para centros de referência ou especialistas em Neuroimunologia - a subárea da neurologia que estuda Esclerose Múltipla, Neuromielite Óptica e outras doenças inflamatórias do sistema nervoso.

Quais exames que ajudam a fechar o diagnóstico?

A EM é uma condição cujos sintomas podem confundir-se com os de outras doenças. Infelizmente, não existe ainda um exame específico que possa identificar a doença de forma direta. Assim, deve haver suspeita do seu diagnóstico a partir do histórico de sintomas que a pessoa apresentou durante a vida, associado a um exame neurológico clínico, em que o médico deve realizar uma análise criteriosa de exames laboratoriais e de imagem que auxiliarão a concluir o diagnóstico.

Existem alguns tipos de exames que servem como suporte na realização do diagnóstico da EM:

Ressonância Magnética (RM):
A RM é uma técnica de imagem produzida através da análise da combinação entre um campo magnético, ondas de rádio e gradientes de campo, que permitem a visualização de alta resolução das estruturas do encéfalo e da medula espinhal. A RM é considerada o exame complementar mais sensível para sugerir o diagnóstico da EM, sendo recomendada a análise de todo o eixo neurológico (encéfalo e medula espinhal).

Este exame permite avaliar as características das lesões que são sugestivas da EM (desmielinização), a análise de como estas lesões se comportam no cérebro, na medula espinhal e se há lesões mais novas - chamada tecnicamente de "disseminação das lesões no tempo e no espaço", o que possibilita o diagnóstico de forma precoce. A RM permite ao médico estabelecer outros diagnósticos diferenciais, ou seja, quando o caso em estudo pode ser ocasionado por outras doenças que não a Esclerose Múltipla.

Estudo do liquido cefalorraquidiano (LCR) ou liquor:

O LCR é um líquido que circula em todo o sistema nervoso central e que, ao analisá-lo, se tem informações sobre os processos que estejam ocorrendo no cérebro - características importantes que podem dizer se existe uma inflamação ou infecção, ou se está dentro da normalidade.

Na maior parte dos casos, este líquido é coletado através de uma punção lombar, em que o neurologista insere uma agulha na parte mais baixa da coluna para análise laboratorial. Em geral, é um procedimento simples e rápido, feito com anestesia local.

Este exame também ajuda a diferenciar outras enfermidades que podem produzir imagens sugestivas de desmielinização na RM. É comum que seja solicitado um exame no líquor chamado de Pesquisa de Bandas Oligoclonais (BOC) que mostra se há inflamação sendo produzida dentro do sistema nervoso central, aumentando a chance do diagnóstico de Esclerose Múltipla.

Existe algum exame para diagnosticar EM precocemente?

Não existe um único exame para realizar o diagnóstico logo no início. O exame inicial será sempre a ressonância magnética, e, a partir dos achados deste exame e do quadro clínico apresentado pelo paciente, serão realizados o exame de análise do LCR, para a pesquisa da presença de bandas oligoclonais, para o cálculo do índice de imunoglobulinas soro/líquor e diagnóstico diferencial de outras patologias.

Caso a equipe médica e neurologista não estejam confiantes no diagnóstico da EM, poderão ser realizados então os exames de potenciais evocados (PE), além de exames laboratoriais que ajudam na exclusão de outras patologias.