EM e fadiga por telas

Homem sentado em frente a um computador, vestido em uma camisa de mangas compridas da cor roxa, com a mão direita erguida, tocando nas pálpebras dos olhos fechados. Texto alinhado à esquerda "Esclerose Múltipla e a fadiga por telas: por que acontece e dicas para manejar"

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Recebi um e-mail da minha empresa de TV a cabo outro dia dizendo que usei 75% da minha Internet durante o mês e que, assim que atingir 100%, teria que contratar um plano adicional, pagando sobretaxas. Meu primeiro pensamento foi que nunca soube que havia um limite de dados para minha Internet doméstica – isso deve ter sido parte das letras miúdas que não li quando me inscrevi. O próximo pensamento, e muito mais preocupante, é: quanto tempo estou gastando na frente do meu computador? Isso está me fazendo bem? Qual o seu papel na fadiga por telas?

Mesmo em tempos sem pandemia, estávamos na tendência de uma sociedade completamente conectada, o que vem se acelerando desde o início dos anos 2000. Por volta da virada do século, a maior parte do trabalho mudou para o computador. Um relatório do Bureau of Labor de 2003 disse que 77 milhões de pessoas, ou 55,5% da força de trabalho dos Estados Unidos, usavam um computador para trabalhar. Em 2012, a Forrester relatou que 66% dos funcionários usam dois ou mais dispositivos. Com os empregos mudando para a tecnologia, cada vez mais pessoas dependem das telas desde o momento em que se levantam até a hora de ir para a cama.

Nenhuma indústria é segura. Lembro-me de quando me mudei para o Arizona em 2009, tive que ir a todos os médicos, neurologistas, hospitais e centros de ressonância magnética para obter cópias do meu prontuário médico. Quando vi meu neurologista pela primeira vez em Phoenix, dei a ele mais de 1.000 páginas de documentos médicos e caixas enormes de filmes de ressonância magnética. Hoje, carrego essas informações pessoais de saúde em um pen drive. Os prontuários médicos em papel foram substituídos por um prontuário médico eletrônico e todos nós temos portais nos quais podemos acessar para ver nossas informações de saúde. Este não era o caso apenas 10 anos atrás.

Não importa o que aconteça, não podemos escapar das telas. Elas estão ligadas a todas as estruturas de nossas vidas. Como nossas vidas pessoais e nosso trabalho mudaram para esse meio eletrônico, nos tornamos dependentes desses dispositivos. Isso é agravado pela pandemia que nos mantém em casa, aumentando nosso tempo de tela como a única maneira de permanecer conectado com o mundo exterior.

Um dos grandes riscos da dependência da tela, no entanto, é a fadiga da tela. Existem muitos efeitos diferentes para a saúde que podem advir da fadiga de tela, todos eles problemáticos para quem vive com EM. O mais comum é a síndrome da visão de computador.

A síndrome da visão de computador também é conhecida como fadiga ocular digital e é o resultado do uso prolongado de computadores, tablets e telefones. Seus olhos precisam trabalhar mais para enxergar nesses dispositivos. As fontes mudam constantemente de tamanho e formato de site para site, a distância e a iluminação também mudam de dispositivo para dispositivo. O ângulo do dispositivo e sua postura ao usá-lo também podem criar tensão ou fadiga nos olhos.

A síndrome da visão de computador pode causar sintomas como fadiga ocular, visão turva, olhos secos, dores de cabeça e dores no pescoço e nos ombros. Como alguém que já teve neurite óptica no passado, acho que esses sintomas podem ser amplificados para mim. Muitas vezes tenho problemas para me concentrar na tela do computador. Preciso que minhas fontes sejam maiores e a tela devidamente iluminada para que eu possa ver. Estou tendo dores de cabeça regularmente, quando eu nunca tinha. Quanto mais estou na tela, piores esses sintomas se tornam. Vivendo com esclerose múltipla, não preciso de outro problema nos olhos, então estou começando a levar a sério o cansaço da tela.

Dicas para superar a fadiga por telas com EM

Confira, abaixo, algumas dicas que podem ajudar a diminuir os sintomas de fadiga por telas

Considere óculos de luz azul ou tela anti-reflexo

Os óculos de luz azul reduzem a quantidade de brilho dos LEDs e luzes fluorescentes criadas pelas telas. Além disso, adicionar uma tela anti-reflexo pode reduzir a quantidade de luz azul à qual seus olhos são expostos.

Tente ficar de 50 a 75 centímetros de distância da tela.

Isso é especialmente difícil com telefones e tablets que tendemos a ler perto de nosso rosto, mas manter uma distância segura irá minimizar o cansaço visual

Dar uma pausa.

Pode ser difícil se afastar, mas você realmente deve tentar dar um tempo aos seus olhos ao longo do dia.

Configure uma estação de trabalho ergonomicamente correta.

Quer você trabalhe em casa ou em um escritório, certifique-se de que sua cadeira esteja configurada de maneira confortável e correta. Além disso, verifique se o computador está posicionado corretamente na mesa para que você tenha um ângulo de visão adequado e confortável sem forçar seus olhos, pescoço ou ombros.

Use colírios para olhos secos, se necessário.

 

Autor: Matt Cavallo, palestrante, autor e podcaster.

Tradução e adaptação: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose

 

Lembrando que manter um canal de conversa e diálogo com sua equipe médica também é essencial na tomada de decisões à respeito da sua rotina, sintomas e tratamento da Esclerose Múltipla. Converse com seu(ua) médico(a)!

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