Os medicamentos para Esclerose Múltipla (EM) que foram desenvolvidos nas últimas duas décadas possibilitaram mudar a vida de quem tem a condição. Antes que os cientistas desenvolvessem as terapias modificadoras da doença (DMTs), a probabilidade era de que 50% das pessoas com EM iriam progredir para um tipo mais agressivo em 10 anos. Um terço teria impedimentos maiores, como precisar usar cadeira de rodas depois de 20 anos.
- Embora ainda não tenha cura para a Esclerose Múltipla, muitas pessoas podem ter uma vida mais saudável, sem desenvolver impedimentos graves.
- A pessoa com EM provavelmente tomará DMTs a longo prazo para prevenir surtos e retardar a progressão da condição.
- Quando ocorre um surto, poderá se beneficiar de medicamentos de curto prazo.
Como resultado, a pessoa com EM precisa saber sobre os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos para Esclerose Múltipla.
Efeitos colaterais de medicamentos de curto prazo
Os surtos de EM, ou exacerbações, são sintomas da Esclerose Múltipla novos ou recorrentes que duram mais de 24 horas. Para controlar um surto, você pode tomar medicamentos esteróides chamados glicocorticóides, que podem encurtar ou até interromper os sintomas. Você pode precisar receber esteróides por via intravenosa por vários dias, seguido de pílulas de esteróides por uma semana ou mais.
Você pode sentir inquietação, problemas para dormir e dores de estômago como efeitos colaterais do tratamento com esteróides. Se necessário, seu médico pode prescrever pílulas para ajudá-lo a dormir e acalmar seu estômago.
Nota da AME: Os esteróides (também conhecidos como corticosteróides) podem ser usados para tratar recaídas na esclerose múltipla. A metilprednisolona é o esteróide mais frequentemente prescrito. Leia mais aqui.
Efeitos colaterais de medicamentos a longo prazo
Se você estiver tomando um DMT para o tratamento da Esclerose Múltipla, poderá experimentar outros efeitos colaterais:
- Fumarato de dimetilo (Tecfidera). Os efeitos colaterais comuns desta cápsula diária são rubor e sintomas digestivos.
- Fingolimode (Gilenya). Os efeitos colaterais mais comuns desta cápsula diária são dor de cabeça, gripe, tosse, diarréia e dor nas costas.
- Acetato de glatirâmer (Copaxone). As reações no local da injeção são um efeito colateral comum. Além disso, cerca de 10% das pessoas que usam este medicamento têm uma reação que envolve rubor, ansiedade, tontura e falta de ar. Essas reações geralmente se resolvem sozinhas.
- Betainterferona 1a (Avonex e Rebif). Os efeitos colaterais comuns dessas injeções incluem dor de cabeça e sintomas semelhantes aos da gripe.
- Interferon beta-1b recombinante (Betaseron e Extavia). Os efeitos colaterais comuns dessas injeções incluem reações no local da injeção e sintomas semelhantes aos da gripe. Você pode controlar essas reações aplicando uma compressa quente antes da injeção, mudando o local da injeção a cada vez e usando gelo depois para reduzir o inchaço.
- Mitoxantrona (Novantrona). Administrado apenas uma vez a cada três meses por 24 meses para tipos avançados de Esclerose Múltipla, este medicamento pode ter efeitos colaterais temporários que incluem náusea e perda de cabelo. No entanto, a droga também pode causar complicações cardíacas e sanguíneas perigosas. Informe o seu médico imediatamente se tiver falta de ar, febre, dor ou inchaço.
- Natalizumabe (Tysabri). Os efeitos colaterais desta droga intravenosa podem incluir dor de cabeça, dor muscular, fadiga, depressão e dor de estômago. Também pode aumentar o risco de infecção grave, portanto, você precisa estar alerta para quaisquer sintomas de infecção.
- Teriflunomida (Aubagio). Os efeitos colaterais mais comuns deste comprimido são náusea, gripe, queda de cabelo e diarréia.
- Alemtuzumabe (Lemtrada). Este biológico tem sido associado a eventos relacionados à infusão, incluindo pressão arterial baixa, rigidez, febre, falta de ar, broncoespasmo (contração das vias áreas pequenas), calafrios e erupção cutânea. Tal como acontece com a maioria dos medicamentos biológicos, há um risco aumentado de infecção grave. As pessoas que tomam este medicamento relataram diminuição da contagem de plaquetas e problemas renais. Portanto, testes de laboratório de rotina são necessários para acompanhar o uso deste medicamento.
- Ocrelizumabe (Ocrevus). O mais novo medicamento no mercado, ocrelizumabe, causa mais comumente erupção cutânea, irritação na garganta, febre leve, dor de cabeça ou rubor. Reações adversas graves foram extremamente raras, mas incluem crescimento anormal de tecido que pode ser cancerígeno. As pessoas que tomam ocrelizumabe também correm maior risco de infecções como herpes e herpes zoster, portanto, observe os sintomas de infecção, como febre, fadiga, dor de garganta, falta de ar, desconforto gastrointestinal, diarréia ou dor de cabeça intensa enquanto estiver tomando este medicamento.
Nota da AME: Quaisquer efeitos colaterais devem ser relatados para o médico que está prescrevendo as medicações. Ele poderá ajudar a minimizar os efeitos.
Além dos efeitos colaterais, todos os medicamentos para Esclerose Múltipla têm complicações potenciais. Podem variar de alterações na função hepática a infecções muito graves. Os profissionais da saúde irão acompanhar durante o tratamento da EM para quaisquer sinais de problemas. Pode ser que a pessoa com EM tenha que fazer exames de sangue antes e durante o tratamento para monitorar a saúde.
Cada pessoa tem uma reação diferente
É importante ter em mente que sentir quaisquer efeitos colaterais pode ser diferente daqueles experimentados por outra pessoa com o mesmo medicamento. Se a pessoa tiver problemas para lidar com os efeitos colaterais de um medicamento, o médico poderá trocar por outro. A parte mais importante desse manejo dos efeitos secundários é saber o que esperar e trabalhar em estreita colaboração com o profissional da saúde.
Principais conclusões
- Todos os medicamentos para Esclerose Múltipla têm alguns efeitos colaterais.
- Muitos são temporários, mas a pessoa em tratamento pode precisar consultar seu médico para lidar com os efeitos.
- As complicações dos medicamentos para EM podem ser mais graves do que os efeitos colaterais. Se este for o quadro, o médico responsável poderá mudar de um medicamento de longo prazo para outro.
- Pensar no tratamento em conjunto com o médico é a melhor maneira de manejar os efeitos colaterais e prevenir complicações.
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Tradução e adaptação: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose
Fonte: Healthgrades
Escrito pela equipe editorial da Healthgrades, revisado por Dr. William C. Lloyd, 12 de fevereiro de 2022.