Hoje existem cerca de 60 milhões de pessoas no mundo que precisam se deslocar de seus países por temerem perseguições raciais, religiosas, políticas e até a própria nacionalidade ou por verem seus países em meio a guerras. Pensando nisso, a Rede Brasileira do Pacto Global da ONU criou um programa para empoderar mulheres refugiadas.
O objetivo é capacitar mulheres para o mercado de trabalho. Elas contam que, além das lições práticas sobre emprego, elas passaram a conhecer mais os seus direitos e, juntas, encontraram forças para seguir em frente.
O vídeo divulgado pelo Pacto Global da ONU nos faz refletir sobre como a situação dos refugiados é delicada. E isso se agrava quando se trata da mulher que geralmente vem acompanhada de filhos e de estereótipos femininos marcados por suas culturas e religiões.
“Quer dizer que agora você acha que é homem? Só quer trabalhar e sair. Quem vai cuidar das crianças? Eu é que não vou”, foram as palavras do marido de Anne, refugiada congolesa, quando decidiu buscar por um emprego.
A representante da ONU Mulheres, Adriana Carvalho, mostrou a disparidade salarial entre homens e mulheres e, ainda mais, entre brancos e negros. Enquanto um homem branco no Brasil tem um salário médio de R$ 2.262,30, uma mulher da mesma correcebe, em média, R$ 1.517,70. Entre os negros, os homens recebem R$ 1.256,90, e as mulheres, R$ 876,40.
Para Adriana, este cenário se agrava no caso das imigrantes: “O fato de ser refugiada já é um status complicado. Em geral, as pessoas já olham com preconceito por que não entendem”.
O papel do programa também é resgatar o que elas têm de melhor. Muitas possuem formação universitária, falam mais de dois idiomas e já trazem na bagagem experiências profissionais riquíssimas.
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