6 exercícios inspirados em fisioterapia para os problemas de bexiga da Esclerose Múltipla

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Problemas de controle da bexiga na Esclerose Múltipla são difíceis para qualquer um e podem ser muito difíceis de lidar. Ao mesmo tempo em que você pode se sentir como sendo a única a ter incontinência urinária, a realidade é que muitas pessoas experimentam algum tipo de problema de controle da bexiga.

De acordo com um estudo publicado no Journal of Urology, cerca de 51% das mulheres e 14% dos homens apresentam incontinência urinária, definida como perda do controle da bexiga ou perda urinária.

O vazamento de urina é um tipo de problema de controle da bexiga, mas não é o único. Igualmente difícil – e em alguns casos, mais significativo para a saúde geral – é o esvaziamento incompleto da bexiga. Esse problema pode levar à frequência urinária, despertares noturnos, incontinência e aumento do risco de infecções do trato urinário. 

Cerca de 80% das pessoas que vivem com a Esclerose Múltipla (EM) apresentam incontinência urinária e dificuldade em esvaziar a bexiga em algum momento.

Como a fisioterapia do assoalho pélvico pode ajudar

Embora possa ser difícil discutir essa condição médica [perda de controle da bexiga], é necessário chamar a atenção para esse problema para conseguir lidar da melhor maneira. Felizmente, há ajuda disponível.

Uma área de cuidados muito especializada que pode ajudar é a fisioterapia do assoalho pélvico. Este tipo de fisioterapia se concentra em ajudar as pessoas a obter uma melhor função da bexiga por meio da educação e do treinamento dos músculos do assoalho pélvico.

O assoalho pélvico é um grupo de músculos em forma de rede que se localizam na porção inferior da bacia, entre as coxas, e tem a função de sustentar os órgãos internos. São funções dos músculos do assoalho pélvico:

  • apoiar a bexiga dentro da pelve
  • contribuir para o controle da bexiga, mantendo a saída da bexiga (esfíncter) fechada
  • auxiliar no esvaziamento da bexiga, liberando a saída
  • ajudar a controlar a urgência, comunicando-se com o cérebro e a bexiga
  • dizer à bexiga para manter a calma até que você possa chegar ao banheiro

6 exercícios para um melhor controle da bexiga na Esclerose Múltipla

Felizmente, existem alguns exercícios prescritos por fisioterapeutas de saúde pélvica que podem ajudar a melhorar o controle da bexiga na Esclerose Múltipla, fortalecendo o assoalho pélvico.

Esses seis exercícios estimulam os músculos do assoalho pélvico para aumentar a força e o controle. Eles têm a intenção de ir do mais fácil ao mais difícil, então você pode querer começar com o primeiro e adicionar lentamente à medida que domina cada exercício.

1-Respiração diafragmática profunda

  1. Comece este exercício em uma posição confortável e apoiada – talvez em uma cadeira reclinável ou deitada no sofá. (Tenha cuidado para não adormecer, porque isso pode ser muito relaxante.)
  2. Coloque as mãos sobre a parte inferior da barriga. Respire fundo, permitindo que sua barriga se encha primeiro, até a clavícula.
  3. Sopre suavemente pela boca, exalando completamente.
  4. Quando se sentir vazio, pare e observe que os músculos internos da barriga e o assoalho pélvico devem estar se contraindo suavemente.
  5. Segure por cerca de 3 segundos.
  6. Relaxe e repita 3 a 5 vezes.

Você pode fazer este exercício quantas vezes quiser, mas tente fazer de 3 a 5 vezes por dia. Ele ajuda a despertar os músculos profundos do core [transverso do abdômen, multífidos lombar e oblíquos internos], incluindo o assoalho pélvico. Também pode ajudar a acalmar seu sistema nervoso, e isso pode ajudar com os sintomas da bexiga hiperativa.

2- Técnica de Kegel

  1. Encontre uma posição confortável. Você pode querer começar deitada ou sentada levemente reclinada [coloque as mãos em cima da barriga e lembre de não começar o movimento por essa região ou prender o ar durante o exercício].
  2. Relaxe e traga sua atenção para o assoalho pélvico [como se estivesse segurando a urina, na região do canal vaginal e do ânus].
  3. Puxe suavemente para cima e para dentro. Para fazer isso, envolva os músculos que interrompem o fluxo de urina. Você também pode sentir a parte inferior da barriga (abaixo do umbigo) puxar, mas o aperto deve começar com o assoalho pélvico.
  4. Solte-se e sinta seus músculos relaxarem ou alongarem.

Comece segurando por 3 segundos, depois solte contando de 4 a 10 segundos. Quantas repetições você pode fazer e ainda sentir a puxada para cima e a liberação para baixo: 10, 15, 20? Comece por aí e faça duas vezes por dia. Você pode trabalhar até cerca de 25 repetições de cada vez.

Kegels são a pedra angular de todos os exercícios de fisioterapia do assoalho pélvico. Mas pode ser difícil saber se você está fazendo certo, pois não pode ver nenhum movimento ocorrendo. Se você tiver dificuldade em sentir essa contração muscular, prossiga para o próximo exercício e volte a este exercício depois de praticar os outros por algumas semanas.

3- Aperto de bola

  1. Comece sentado ou deitado com os joelhos dobrados para cima em direção ao teto.
  2. Segurando uma bola pequena e macia entre os joelhos (bola com cerca de 25 a 40 centímetros), aperte a bola com as pernas enquanto puxa os músculos do assoalho pélvico para cima e para dentro (fazendo um Kegel).
  3. Segure por 3 segundos, depois relaxe por 3 segundos.
  4. Repita 5 a 10 vezes, trabalhando até 20 a 25 repetições de cada vez.

4- Exercício com elástico

  1. Comece sentado ou deitado com os joelhos dobrados para cima em direção ao teto.
  2. Coloque uma faixa de exercício em torno de suas coxas.
  3. Empurre os joelhos para fora. Segure por 3 segundos, depois relaxe por 3 segundos.
  4. Repita 5 a 10 vezes, trabalhando até 20 a 25 repetições de cada vez.

5- Assoalho pélvico com inclinação pélvica

  1. Comece deitado de costas com os joelhos dobrados.
  2. Faça uma respiração diafragmática profunda, expire e tente sentir os músculos profundos da barriga e do assoalho pélvico se envolverem.
  3. Mantenha essa contração suave (sem prender a respiração) enquanto pressiona a parte inferior das costas contra o chão enquanto expira, inclinando a cintura/ pelve para trás. Ao inspirar, relaxe a parte inferior das costas do chão inclinando a cintura para a frente, movendo apenas a coluna lombar, sem tirar os glúteos do chão.
  4. Segure por 2 a 3 segundos, relaxe e solte de volta para começar.
  5. Repita 5 a 10 vezes, trabalhando até 20 a 25 repetições de cada vez.

[Se você precisar visualizar uma imagem para entender esse exercício, clique aqui.]

6- Assoalho pélvico na posição de ponte

  1. Comece deitado de costas com os joelhos dobrados.
  2. Faça uma respiração diafragmática profunda, expire e tente sentir os músculos profundos da barriga e do assoalho pélvico se envolverem.
  3. Mantenha essa contração suave (sem prender a respiração) enquanto levanta os quadris do chão.
  4. Segure por 3 segundos, solte e repita.
  5. Repita 5 a 10 vezes, trabalhando até 20 a 25 repetições de cada vez.

Não exagere!

Como em qualquer programa de exercícios, você deve ter calma e levar tempo se dedicando aos poucos para que eles funcionem. Nenhum desses exercícios deve causar dor, mas você pode ficar dolorida se fizer muito rápido. Lembre-se que “lento e constante ganham a corrida”.

 

Por Erin Glace, revisão médica por Gregory Minnis

 

Referências:

Bladder problems. (n.d.). 

Bowel problems. (n.d.).

Markland AD, et al. (2011). Prevalence and trends of urinary incontinence in adults in the United States, 2001 to 2008. DOI: 10.1016/j.juro.2011.03.114

 

Tradução e adaptação: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose

Fonte: Bezzy MS/Healthline – Este artigo foi publicado originalmente em 7 de agosto de 2020 no Healthline. Última revisão médica em 20 de julho de 2020.

 

Veja também no site da AME:

Uso de Botox para problemas urinários na EM

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