Além da Esclerose Múltipla…

Mulher de blusa de mangas curtas listrada de branco e preto e macacão preto segura um livro nas mãos. Ela está em pé, de perfil. Ao fundo, o mar azul.

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A EM por ser uma doença inflamatória e degenerativa do Sistema Nervoso Central, tem como principal queixa, os próprios surtos que podem vir a acontecer ao longo do tempo e de acordo com a progressão da doença. Porém, o que quase ninguém fala é o por trás dessa doença crônica, sem cura.

Os sintomas cotidianos de cada um variam de pessoa a pessoa. Conheço pessoas diagnosticadas com a doença que não possuem nenhum sintoma; há quem tem fadiga diariamente, quem sente dores frequentes, quem tem dificuldade em andar, controlar a bexiga ou até mesmo o intestino. O que quase nunca ouve falar é sobre a dificuldade de lidar com está doença, sem cura, que em grande maioria dos casos exige do paciente um medicamento via subcutâneo, o qual em grande maioria, nós mesmos que fazemos a aplicação E sobre tudo, exige um emocional muito bom para lidar com os dias ruins.

A questão dos sintomas como, fadiga e dores que apresento constantemente, é um dos meus maiores pesos para lidar no dia a dia. Principalmente, quando tenho muitas coisas para fazer, mas meu corpo simplesmente não consegue, pois está cansado demais. Ou quando a dor persiste até mesmo após o uso de algum analgésico. Felizmente, são raras as ocasiões em que isso acontece, porém quando ocorrem, acaba sendo um dos dias mais difíceis pra mim, afinal, a esclerose múltipla é dita como uma doença que leva a vida normal, então não poder viver minha vida naquele período de uma forma normal, pra mim, é muito assustador.

Outro sintoma que é mais raro ainda ser abordado é a disfunção cognitiva, mais conhecida como ‘’nevoeiro cerebral’’. A forma mais clara de descrever essa sensação é de repente esquecer o que acabou de falar ou o que estava começando a fazer, mas já não se lembra mais do que faria, ou o porquê de estar falando ou fazendo aquilo. Em questão de segundos as coisas não fazem mais sentido e você percebe que aquela cena já não está normal, então já podemos dizer oi para este outro mal que assusta algum de nos esclerosados.

A maneira que me ajuda a espairecer e tentar esquecer esses dias ruins é treinar; fazer uma meditação, alongamento ou uma oração; conversar com pessoas que me fazem bem; tomar um banho gelado e beber muita água, fazer uma skin care, cuidar de mim como um todo. Tentar lembrar que aqueles dias são mais raros e que eu deveria descansar para que amanhã seja um novo dia, é a melhor maneira de olhar para tudo com uma forma mais positiva. E acima de tudo, jamais perder a fé que sempre haverá novas chances e um novo dia melhor, afinal, para nós esclerosados, manter um emocional equilibrado é essencial, independente de como. Leituras de autoajuda, terapias, vídeos que nós fazem refletir a olhar as coisas de uma forma mais positiva ou conversar com pessoas sábias. Nesses momentos, tudo que acalma nosso coração e espirito são muito bem vindos!

 

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