A EM Invisível

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Olá amores, tudo bem?
Estou muito feliz em começar a dividir as minhas conversas e contos com vocês. Será um prazer essa troca de experiência.
E para começar a “brincadeira”, cheguei logo com um tema polêmico que sempre dá o que falar. A invisibilidade da Esclerose Múltipla! E essa EM invisível já me pregou tantas peças… Imagino que muitos que estão lendo aqui também já passaram por algo parecido. Afinal, quem é que anda com uma plaquinha constando: “TENHO ESCLEROSE MÚLTIPLA”. Acho que nem adiantaria porque poucas sabem o que significa essa frase.
Ainda bem que existe a carteirinha da AME para nos auxiliar quando precisamos identificar o porque de ser “diferente”. Vocês já pediram as suas?
Então, vou falar como algumas vezes me senti diferente. Para não dizer incomodada, pois acredito que devemos ter coragem para seguir em frente. A EM em alguns pacientes, aos olhos dos outros, passa despercebida. Afinal, quem está vendo que mãos e pés estão formigando por exemplo? Quem consegue ver o quão cansados estamos? Estranho não é?
Certa vez após uma Pulsoterapia, precisei ir ao supermercado de máscara por causa da imunidade. O mais interessante foi perceber que ninguém me olhou estranho porque parei na vaga de deficiente (tenho a credencial) ou porque manquei, nem mesmo porque nesse dia usei a fila preferencial. Simplesmente porque havia um objeto que indicava algum problema de saúde. Mas quando vou até mais cansada e paro o carro na vaga mais próxima, de cara limpa, as pessoas querem me fuzilar, hahaha.
Pois bem! Quando precisamos de uma cadeira para sentar, um apoio, um lugar sem calor, passar na perícia médica ou simplesmente falar: “eeeeiiiii, quero passar o dia na cama!”, há quem espera nos ver um trapo! Por que crer apenas no que os olhos podem ver?
E olha… Em poucos meses com a EM passei por cada uma… Gerente de Banco dizendo que vai ser difícil me colocar na prioridade pois os outros clientes não vão acreditar olhando pra mim, peritos com olhares desconfiados generalizando o mau caráter de uns, esperar 90 minutos para entrar no restaurante pois sabia que a recepcionista não iria acreditar, evitar a fila preferencial ou estar sentada em um lugar lotado e perceber “olhares” porque eu não dei o meu lugar tamanha a fadiga… E quando fui advertida na frente de todo mundo no aeroporto na fila de embarque? Meu filho com 10 anos ao meu lado ficou arrasado. Fomos para São Paulo para um evento de EM e quando voltamos, uma fadiga massa me “pegou” e eu ainda tinha que me justificar e acalentar meu filho pelo vexame desnecessário.
O que eu quero dizer é que alguns deveriam julgar menos, ajudar mais, entender o problema do outro, ou ao menos tentar… Mais solidariedade! Mais amor no coração! Mais sensibilidade! Ninguém sabe o dia de amanhã e talvez aquele que julgou, seja no que for, não goste de ser julgado, descriminado ou não aceite que algum familiar passe por isso.
Não é pela roupa, ou por você ter se arrumado melhor ou pior naquele dia, que muda sua condição de saúde! Não é pela classe social ou pela cor da pele que alguns se achem no direito de tentar sentir o que o paciente com EM ou qualquer outra condição está sentindo! Não somos coitadinhos, nem queremos ser, mas todo mundo merece respeito.
Que Deus abençoe e um dia isso mude para todos os que necessitam de qualquer tipo de ajuda. Por um mundo melhor!!! Quem já passou por algo semelhante?

E conselho de Diva? “Beijinho no ombro” com educação e um grande sorriso no rosto, vence qualquer preconceito!

Grazi

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