Olá meus queridos amigos múltiplos, espero que esteja tudo bacaninha com vocês.
Para continuar no assunto que nossos queridos blogueiros estão abordando, vou escrever aqui como as outras pessoas nos enxergam para falarem tantas abobrinhas.
Bem, vocês estão cansados de ouvir dizer que a EM é uma doença com sintomas invisíveis, mas é justamente por esse motivo que enfrentamos as maiores dificuldades.
Quando estou jogada na cama sem ao menos conseguir levantar para escovar os dentes por conta de uma fadiga, meus entes queridos me olham com preocupação, mas ao mesmo tempo com desconfiança e leio seus pensamentos: "Afinal ontem ela estava ótima".
Acabava sempre ouvindo aquilo que já lemos por aqui.
“ Mas você está cansada? De que?"
Então, hoje abro o verbo, será que ainda não aprenderam? Estou cansada de tudo, pronto e acabou. Me deixa quietinha aqui.
No trabalho era muito pior, depois de ter me sacrificado pra levantar num dia péssimo, me matar pra me trocar, chegava me arrastando e ainda ouvia: " Nossa você tá com uma cara horrível" depois de contar da fadiga e explicar que minha cara só iria melhorar após 3 dias de cama, ainda ouvia: " Mas você só dorme, só pensa em dormir!"
Era pra acabar mesmo.
Para o outro não temos nada, se nossas sequelas são imperceptíveis ao olho comum. Mas outro dia, perguntei a uma amiga o que ela via na minha perna esquerda. E ela respondeu, nada, tudo normal.
Então, contei a ela: “Na hora do exame clínico, o médico pergunta ao meu marido se ele enxerga alguma diferença e ele sempre responde que não”. Porém, ele diz que existe uma leve alteração na marcha e outro negócio que não sei ao certo como chama.
Aí vou para academia e a fisio me passa um exercício com um peso mínimo nas pernas. Coloco um peso na perna direita e fico tranquila, mas na hora de colocar o peso na esquerda, meu Deus, parece que coloquei um chumbo, aquele pequeno pesinho, pesou uma tonelada, claro é nessa perna que fiquei com a sequela.
Portanto observem o Baby não consegue enxergar o meu problema na perna, o doutorzinho tem o olhar clínico para isso, é o único que enxerga e eu não vejo, apenas sinto.
É assim que os outros nos veem, sem absolutamente nada.
Aí tem aqueles que querem a nossa companhia, o nosso bem, o melhor para nós e mesmo sem poder ver, compreendem que temos algo de diferente, por estarem sempre cansados, não aguentar trabalhar muitas horas, por virar e mexer ter que se afastar de todas as atividades, fazer exames, ir a médicos com frequência e tudo mais que temos que fazer. Esses nos respeitam, nos compreendem as vezes sem entender nada, outros ainda perguntam, se mostram curiosos, interessados em conhecer a doença.
Mas na ignorância somos obrigados a escutar muitas barbaridades.
Quase sempre com as melhores das intenções, nos sugerem aqueles tratamentos milagrosos e que um dia ouviram falar.
Sou muito agradecida e escuto tudo com a maior paciência. Mas, deixo claro que estou fazendo o meu tratamento e estou muito feliz com ele.
Tudo é uma questão de escolha.
Inclusive ainda nesse assunto, a novela que está abordando a EM em a regra do jogo, pode está a tratando com muitos equívocos, mas um dia desses perguntei ao meu marido depois de uma cena onde mostrou ele passando mal com a cabeça aturdida, vista distorcida: por acaso quando estou assim você percebe?
E ele logo respondeu:
– Se você não diz, não dá pra perceber nada.
Na dramatização eles devem exagerar para chamar atenção de como é ruim o que sentimos, se nós que sofremos de verdade com esses sintomas não somos enxergados, imagine na ficção.
Meus amores vou ficando por aqui.
Desejando que tenham uma ótima semana!!!
Mil beijinhos e até o próximo post!!!!