Os médicos ainda não entendem o que causa a esclerose múltipla, mas existem dados interessantes que sugerem que a genética, o ambiente onde a pessoa vive e possivelmente até mesmo um vírus podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento da doença.
Como o ambiente afeta o risco de uma pessoa ter EM?
Dados epidemiológicos mostram várias tendências interessantes em relação à esclerose múltipla: diferentes populações e grupos étnicos têm uma prevalência marcadamente diferente de EM. A doença é especialmente comum na Escócia, Escandinávia e em todo o norte da Europa. Nos EUA, a prevalência de EM é maior em brancos do que em outros grupos raciais. No Brasil temos uma prevalência de EM nos estados das regiões Sul e Sudeste.
Estudos mostram que a EM é mais comum em certas partes do mundo, mas se você se move de uma área com maior risco para um de menor risco, você adquire o risco de sua nova casa se o movimento ocorre antes da adolescência. Esses dados sugerem que a exposição a algum agente ambiental encontrado antes da puberdade pode predispor uma pessoa à EM.
Além disso, a EM é uma doença de climas temperados. Em ambos os hemisférios, sua prevalência aumenta com a distância do eEquador.
Que papel a genética desempenha na EM?
Os pesquisadores acreditam que a esclerose múltipla pode, em parte, ser herdada (a genética contribui para o aumento do risco de EM visto que existem famílias com várias pessoas com o diagnóstico). Parentes de primeiro, segundo e terceiro graus de pessoas com EM têm maior risco de desenvolver a doença. Os irmãos de uma pessoa afetada têm um risco de 2% a 5% de desenvolver esclerose múltipla.
Os pesquisadores acreditam que há mais de um gene que torna uma pessoa mais propensos a contrair EM. Alguns cientistas teorizam que a EM se desenvolve porque uma pessoa nasce com uma predisposição genética para reagir a algum agente ambiental, que, após a exposição, desencadeia uma resposta auto-imune. Novas técnicas sofisticadas para identificar genes podem ajudar a responder perguntas sobre o papel da genética no desenvolvimento da EM (como na notícia que compartilhamos recentemente: Pesquisadores do Canadá identificam gene relacionado à esclerose múltipla)
Quais são os vírus ligados à EM?
Alguns estudos sugeriram que muitos vírus como Epstein-Barr (mononucleose), varicela zoster e hepatite podem ajudar a desenvolver a EM. Contudo, até hoje, esta teoria não foi provada.
Existem outros fatores potenciais que causam EM?
Há evidências crescentes sugerindo que os hormônios, incluindo os hormônios sexuais, podem afetar e ser afetados pelo sistema imunológico. Por exemplo, tanto o estrogênio como a progesterona, dois importantes hormônios sexuais femininos, podem suprimir alguma atividade imune. Quando estes níveis hormonais são mais elevados durante a gravidez, as mulheres com EM tendem a ter menos atividade da doença. A testosterona, o hormônio masculino primário, também pode atuar como um supressor da resposta imunológica. Os níveis mais elevados de testosterona em homens podem, parcialmente, explicar o fato de que existem mais que o dobro de mulheres com EM do que homens.
Artigo publicado originalmente em WebMD
Tradução Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose
WebMD – Medical Reference