Compartilhe este post

Compartilhar no facebook
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no twitter

Se há algo que me incomoda muito nessa vida é me sentir inadequada. E esse sentimento me acompanha desde sempre.

É estranho. Você está num grupo de amigos num papo animado e de repente você olha em volta e acha tudo tão esquisito. Aquela conversa que minutos antes estava boa e divertida agora parece sem sentido. Quem são essas pessoas?

Na família há inúmeras semelhanças físicas e de personalidade entre você e os outros, um DNA quase visível, mas tem momentos que você se pergunta se pertence mesmo aquele núcleo.

Você se sente diferente, incompreendido, inaceitável. Parece que todos ao seu redor estão separados de você por uma grossa camada de um material invisível. Estão todos juntos num mesmo ambiente, mas não podem realmente lhe ver, ouvir, sentir.

Quando criança lembro de pensar às vezes que todos ao meu redor podiam ouvir meus pensamentos e sabiam de coisas que eu nunca saberia. É uma sensação aterrorizante.

Paranoia? Certamente. Sintoma próprio de depressão? Bem provável. Tento não dar ouvidos a essa voz incômoda que sussurra no meu ouvido me dizendo o quanto sou estranha. Sei que ela é só reflexo do tédio e de sintomas depressivos.

Mas tem dias que essa voz grita. E quando ela grita eu sinto medo. Medo de que ela seja real e eu esteja me negando a dar ouvidos. Medo de ser realmente tão estranha e inconveniente.

Se há momentos em que me sinto confiante, faço planos, percebo meus potenciais e as possibilidades de explorá-los positivamente, há também esses momentos em que me sinto tão incapaz, improdutiva…  Inadequada.

Desculpem se pareço maluca. Hoje tô num desses dias.

Explore mais

blog

Ainda estou aqui

Apesar de você, ainda estou aqui Não tem como não falar do aclamado – e digo com absoluto merecimento -, filme do diretor Walter Salles

blog

Andar com a Matilda

O dia que andei de metrô com a Matilda e mais uma vez a experiência foi daquelas de chegar em casa reflexiva… A presença dela gera