ESCLEROSE MÚLTIPLA: TEUS SINAIS NÃO ME DIZ EXATO QUEM TU ÉS MESMO ASSIM EU TE DEVORO.

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Olá amigos múltiplos, tudo bacaninha com vocês ? Um assunto que anda me perseguindo no meu dia a dia, onde quer que eu vá. É sobre o diagnóstico da EM. Muitas pessoas do meu meio social e do blog me procuram para saber como descobri a doença. Então, resolvi escrever sobre algumas curiosidades que enfrentei na busca do diagnóstico. Primeiramente, comecei a notar que não estava mais com a mesma disposição de sempre. Dava aulas o dia inteiro e estudava à noite. Tinha uma rotina até pesada, mas eu levava muito bem. Inclusive em alguns dias estendia o horário para namorar e me divertir. No entanto, depois de um episódio de vertigem avassaladora que tive, onde após chegar da Facu, deitei na cama e tive a sensação que as paredes estavam se movimentando sobre mim e o piso levantando sob minha direção, nunca mais houve um dia que não senti alguma coisa diferente. Fosse talvez, o meu primeiro surto da EM e no pronto socorro, me deram injeção para labirintite. Claro que não resolveu nada. Mas felizmente, o surto deve ter durado apenas aquele fim de semana. Porém, após o acontecido, passei a sentir algo que nunca havia experimentado. Um cansaço extremo, no qual não haviam forças para executar as tarefas mais simples do dia e o pior, logo após ter dormido a noite inteira. E junto com essa sensação, também sofria de uma zonzeira recorrente. O mundo girava ao meu redor me provocando náuseas. Me lembro que uma manhã cheguei até a vomitar. Durante esse processo de busca por um diagnóstico, muitas hipóteses foram surgindo. Talvez por esses momentos de bastante incerteza e receios, me surgiram muitas dores no corpo e na coluna, onde recebi meu primeiro diagnóstico. Era supostamente fibromialgia e o médico já me afastou do trabalho. Depois com os sintomas de vertigem e fadiga, procurei o primeiro neurologista, que diagnosticou "um alerta para chegar ao pânico", me explicou que meu organismo estava me dando um sinal para que eu tomasse consciência que de tanto estresse, poderia desencadear a doença do pânico. Não conseguia ter confiança em nenhum desses médicos. Na época, estava fazendo acupuntura para dores e também procurei atendimento homeopata. Mas nada melhorava, aquele peso na cabeça, o cansaço, tontura, irritação, dor de cabeça, sudorese, aversão ao barulho. O pior que quando estava dirigindo para ir pra escola dar aula, a vertigem atacava e eu pensava: quem sabe era pânico mesmo? E voltava. Quando não, chegava na sala de aula e aquele ambiente quente, abafado, me fazia muito mal e eu não conseguia me concentrar, para explicar a matéria, corrigir exercícios e cuidar da "indisciplina" dos alunos. Confesso, que achava que eu estava pirando. Era um filme de terror dos pensadores. Dava aula num terceiro ano, (que se soubesse que era EM, tinha tido um surto) que chegava para dar aula de sociologia e eles me recebiam, imitando animais, eram vacas, galinhas, cavalos, porcos, passarinhos, enquanto eu explicava Max Weber. Eu só pensava que queria ter super poderes para exterminar cada um daqueles pestinhas e me teletransportar, pra minha cama. Bom, eu acabei quase abandonando aquela classe e eles confundindo Max Weber o sociólogo, economista, com Carl Maria Friedrich Ernst Freiherr von Weber um barão e compositor. Eu ainda na luta por uma luz no fim do túnel do diagnóstico. Até que um belo dia, acordei com uma sensação de dormência que pegava do umbigo até os pés e fiquei desesperada, pensando o que poderia ser isso agora. Procurei outro neurologista, que me examinou e pediu um raio x da coluna lombar, achando que poderia ser algo pressionando o nervo. Mesmo ele já sabendo dos outros sintomas, me diagnosticou com depressão e ainda justificou dizendo que poderia ser por eu estar dando aula na periferia. Mais um diagnóstico que tinha certeza que estava errado, comprei o antidepressivo e comecei a tomar. Porém, no quinto comprimido, parei e disse, não é isso que tenho. Fui me arrastando nessa busca, me lembro que em alguns momentos específicos começava a passar mal e achava que estava com algo que ia me matar, afinal me incapacitava de fazer minhas coisas. No entanto, hoje entendo perfeitamente o que sentia e o motivo. Tinha dias que já acordava cansada, era a fadiga. Me arriscava e pegava o carro pra ir trabalhar e meu mundo girava, era a vertigem. Embrulhava o estômago e até chegava a vomitar. Voltava pra casa e dormia. Estava fadigada. Nos dias que estava bem, resolvia sair pra não perder o namorado ( Baby) e quando estava me trocando, maquiando, começava com a sudorese e muita tontura. Claro, estava muito calor e os sintomas da EM já estavam se manifestando. Quantas vezes, deixei de sair porque pensei que não estava mais conseguindo viver normalmente. Foi assim numa constante investigação, um mal estar geral, uma incerteza tremenda e um medo enorme durante o ano de 2006. Quando no início de 2007 mais precisamente em janeiro, acordei enxergando muito ruim, no dia seguinte tudo preto. É uma lembrança um tanto dolorosa, por ter sido meu pior surto, uma neurite óptica por duas vezes seguidas. Porém, graças aos cuidados médicos realizados a tempo, tenho minha vista perfeita. Contudo, esse surto, me levou ao diagnóstico de esclerose múltipla, porque fazendo uma ressonância magnética que sugeriu a EM, me levou ao meu doutorzinho que junto ao meu o estado clínico, meus sintomas relatados, me apresentou nossa companheira. Por isso super compreendo, que a sensação de que tem algo de errado acontecendo com você e você sem fazer a menor ideia do que pode ser, é uma das piores sensações que temos. Considero mil vezes pior a incerteza, do que receber a notícia de que teria que conviver com EM. Costumo dizer que foi um grande alívio, pelo menos agora sabia por que me sentia daquele jeito. Enfim, por isso quando me perguntam sobre os sintomas pra descobrir a EM, como são muito individuais, em cada um de nós se manifesta de forma diferente, oriento procurar um médico especialista para fazer vários exames e começar com a busca. Exames de sangue pra saber se tem alguma doença autoimune, alguns outros pra descartar outras enfermidades que tem os sinais parecidos. Digo para que a pessoa conte tudo, tudo mesmo o que sente para o médico, que faça uma cartilha de todas as sensações e que também só aceite o diagnóstico quando estiver comprovado por esses exames, seguido de uma ressonância magnética. Para não ouvir apenas uma só opinião, procurar outros neurologistas, colegas na mesma especialidade que confirme o Cid 10 G-35. Bom meus amigos múltiplos ou múltiplos amigos, foi assim que nossa companheira começou a se mostrar pra mim. E com vocês, como foi ? Contem pra gente os primeiros sinais e curiosidades que levaram vocês a procurar ajuda. Vou deixando vocês por aqui, desejando um ótimo restinho de semana !!!! Mil beijinhos e até o próximo….

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