Sociedades da América do Norte buscam os primeiros preditores da Esclerose Múltipla

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por Marta Figueiredo PhD | 11 de novembro de 2021

 

A Multiple Sclerosis Society of Canada (MSSC) fez parceria com a National Multiple Sclerosis Society (NMSS) para apoiar um estudo liderado pelo Canadá que investigou os primeiros preditores de Esclerose Múltipla (EM) durante o chamado período prodrômico em diversos grupos.

Um pródromo é um conjunto de sinais ou sintomas que ocorrem antes do início dos sintomas típicos de uma doença. Os períodos prodrômicos são bem reconhecidos em outras doenças neurodegenerativas e imunomediadas e, em alguns casos, marcadores clínicos foram desenvolvidos para identificar pessoas em fases prodrômicas.

A colaboração foi lançada no início deste ano com uma chamada para propostas de pesquisa com foco na detecção precoce da EM antes do acúmulo de déficits neurológicos. O projeto, liderado por Helen Tremlett, PhD, professora da University of British Columbia, no Canadá, foi um dos 13 vencedores.

O projeto de Tremlett, “Heterogeneidade no Pródromo de Esclerose Múltipla e Impacto na Progressão da Doença”, receberá uma bolsa de dois anos, totalizando mais de 182 mil dólares.

“Por meio desta parceria com a NMSS, estamos nos concentrando em identificar aqueles com maior risco para esta doença crônica”, disse Pam Valentine, presidente e CEO da MSSC, em um comunicado à imprensa.

“Uma melhor compreensão do pródromo significa potencialmente atrasar o início da EM por meio de um tratamento precoce, criando terapias mais direcionadas ou mesmo impedindo que ele se desenvolva em primeiro lugar”, acrescentou Valentine.

“Temos o prazer de fazer parceria com a MS Society of Canada para aprender mais sobre a detecção precoce de EM”, disse Cyndi Zagieboylo, presidente e CEO da NMSS. “Faremos o que for preciso para identificar a EM antes que ela se espalhe, para que as pessoas possam receber tratamento o mais cedo possível minimizando a deficiência causada pela EM”.

“A MS Society of Canada está proporcionando uma liderança maravilhosa em torno deste importante trabalho”, acrescentou Zagieboylo.

Tremlett e sua equipe já haviam mostrado evidências de um período prodrômico de EM, começando pelo menos cinco anos antes do início dos sintomas típicos. Esta fase foi caracterizada por taxas mais altas de visitas a hospitais e médicos, um aumento na prescrição de medicamentos e taxas mais altas de problemas de saúde não específicos, em relação à população em geral.

Esses sintomas inespecíficos incluem dor, distúrbios do sono, anemia, fadiga, distúrbios do humor e da ansiedade e enxaqueca – todos comumente presentes também entre pessoas já diagnosticadas com EM.

Com o novo estudo, a equipe pretende compreender melhor este período prodrômico usando o aprendizado de máquina (método também conhecido por machine learning) avançado para identificar os primeiros preditores de EM em diferentes grupos de pessoas e entender se esses fatores também prevêem o curso futuro da doença e/ou progressão da deficiência.

O aprendizado de máquina é um tipo de inteligência artificial que usa algoritmos para analisar dados, aprender com suas análises e, em seguida, fazer uma previsão sobre algo.

Os pesquisadores examinarão os dados de mais de 250 mil pessoas em duas regiões canadenses (Ontário e British Columbia) e uma região na Suécia, usando bancos de dados de saúde, registros de pacientes e dados do local de trabalho.

As informações relevantes sobre o local de trabalho incluem o uso de serviços de saúde, visitas ao médico e ao pronto-socorro, medicamentos prescritos e ausências.

Esses dados serão usados ​​para identificar sinais ou sintomas do período prodrômico, estabelecer sua duração e compreender como essas características diferem entre os principais fatores sociodemográficos, incluindo sexo biológico, status socioeconômico e país de nascimento ou situação de imigração.

“Nossa equipe está muito animada em poder aprofundar nossa compreensão do período prodrômico em pessoas que vivem com EM em diferentes populações no Canadá e na Suécia”, disse Tremlett, acrescentando que eles esperam “descobrir grupos de sinais e sintomas que possam ajudar a identificar alguém na fase prodrômica de EM. ”

A equipe também investigará como esses fatores prodrômicos estão associados ao curso futuro da doença (EM progressiva primária vs. EM recorrente-remitente) e progressão da deficiência.

“Uma maior compreensão das características prodrômicas iniciais e preditores de progressão da deficiência vai facilitar o reconhecimento mais oportuno de indivíduos em risco de EM e aqueles em risco de piores resultados”, escreveram os pesquisadores.

“A longo prazo, os insights desta pesquisa podem ser usados ​​para ajudar no diagnóstico e tratamento precoce da EM e fornecer oportunidades para prevenir a progressão da deficiência”, acrescentaram.

 

Tradução e adaptação: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose

Fonte: MS News Today

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