PEDALAR COM CORAGEM PARA ENFRENTAR A VIDA

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Sair de casa para praticar uma atividade esportiva é amplamente recomendado por profissionais de saúde em vários setor. Se você curte, melhor ainda. Mas na rotina agitada da vida moderna, com mais tempo dedicado ao trabalho do que ao lazer e à saúde, conciliar o período da academia, do futebol, da corrida e da natação – ou daquela pedalada no parque, na praia ou pela cidade – com todas as outras milhares de coisas que precisamos fazer diariamente é algo bastante difícil.
Para pessoas que convivem com deficiências físicas, sensoriais e intelectuais, ou para aquelas responsáveis por alguém nessa condição, é comum unir à falta de tempo o receio de que aquela atividade criada para possibilitar a socialização, incentivar a autonomia e ampliar o autoconhecimento acabe resultando em ferimentos e, consequentemente, mais medo de ‘botar a cara na rua’ para viver a vida.
Em Porto Alegre (RS) o ‘Pedal da Inclusão’, lançado em 10 de julho de 2016,  celebra a liberdade e a alegria de pedalar. O primeiro passeio reuniu pessoas com deficiência visual e teve mais de 100 participantes.
“Comecei a pedalar há aproximadamente três anos, quando tive que parar de correr porque surgiram hérnias de disco na minha coluna. No ano passado, vi na TV uma reportagem sobre empresários do Rio de Janeiro que criaram um evento para incentivar pessoas cegas a andar de bicicleta. E eu, amante do ciclismo, pensei ‘será que temos algo semelhante por aqui’, mas não achei nada. Então, procurei a Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs) e perguntei se eles teriam interesse e fazer algo do tipo”, conta Rita Siminovich, criadora do Pedal da Inclusão.
“Muitas famílias de pessoas cegas com quem eu conversava e convidava para participar tinham medo, achavam perigoso, mas a associação gostou muito da ideia, e eles mantém vários projetos esportivos. São pessoas que buscam desafios. Eu já conhecia as bicicletas Tandem, aquelas usadas por duas pessoas ao mesmo tempo. Tive dificuldades para encontrar essas bikes por causa do preço. Elas custam, em média, R$ 1.500”, diz.
E qual a solução? Voluntária há 13 anos em trabalhos da Na’amat Pioneiras, Rita buscou parceiros para arrecadar fundos e comprar as bikes Tandem, e arrecadou tampas de garrafas pets, que foram vendidas para empresas se reciclagem. “Em 2016, nós conseguimos bancar a compra de 11 bicicletas e demos todas para a associação dos cegos. Eles fazem eventos todo mês e a prática do ciclismo está na rotina dos associados”, comemora a fundadora do Pedal da Inclusão.
Rita Siminovich também passou a pesquisar mais sobre eventos e acabou conhecendo o ‘Pedale por uma Causa – Esclerose Múltipla’, promovido pela AME. “Eu participei do evento em Porto Alegre e até ajudei a divulgar o passeio na cidade”, conta.
A proposta da AME é unir pacientes e a população para alertar sobre a necessidade de repensar a inclusão e a acessibilidade como algo fundamental nas cidades, além de diminuir preconceitos sobre a Esclerose Múltipla e aumentar o conhecimento sobre seus sinais e sintomas. Esse ano o Pedal da Inclusão é o parceiro oficial do Pedale por Uma Causa em Porto Alegre.
Evolução – O Pedal da Inclusão caminha para se tornar uma associação, o procedimento para obter CNPJ está em andamento. Seus eventos conseguem reunir público substancial, com mais de 160 participantes. O grupo testa atualmente uma bike que possibilita a participação de pessoas que usam cadeira de rodas.
Veja mais sobre o Pedal da Inclusão em sua participação no TEDLaçador, em 2017
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Luiz Alexandre Souza Ventura, especial para a AME

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