por Suzana Gonçalves
Afinal, qual é o nosso papel no quesito saúde?
Fui surpreendida com um diagnóstico.
Poderia ser qualquer um, mas a esclerose múltipla é peculiar.
Ela é neurológica e múltipla.
Fui acolhida, mesmo tardiamente, a falta de informações há dez anos atrás, me colocou em desvantagem.
Fui e sou tratada com dignidade, o meu medicamento é de alto custo e o SUS fornece, sou atendida em um Centro de Referência em Esclerose Múltipla via SUS, foi com muita luta e insistência que ele passou a existir e atende mais de trezentos pacientes aqui na Paraíba.
Fui e sou reconhecida, mesmo com a invisibilidade da EM, ser voz na causa faz a diferença.
Sou extremamente grata, a cada profissional de saúde que tem um olhar humanizado diante de uma doença tão complexa e de difícil diagnóstico, parabenizo os médicos, enfermeiros, fisioterapêutas, psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogos, nutricionístas e tantos outros que sabem ser colo, escuta e ajuda na hora certa. O serviço multidisciplinar se faz necessário, não só na EM, mas em tantas outras doenças.
Me sinto incluída no contexto, me sinto à vontade e vislumbro um mundo de possibilidades e superação mesmo nas dificuldades.
Viver a EM sozinha é uma situação, mas ter ao seu alcance informações científicas, culturais, sociais e acolhimento através de ONGs e Associações é um divisor de águas. Elas nos dão a oportunidade de participar ativamente das lutas por políticas públicas de qualidade e igualitária. Assinamos inúmeras petições, somos voz e não somente mais um paciente em tratamento.
Elas nos ensinam a buscar qualidade de vida de maneira coletiva e assim se evidencia cada vez mais a luta social consciente por um sistema de saúde de qualidade.
Saúde eu quero
Saúde nós queremos
Saúde um direito de todos
Suzana Gonçalves