Não é um crime pedir ajuda quando você precisa

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Sobre entender sua vulnerabilidade e permitir que outras pessoas possam nos ajudar quando precisamos pedir ajuda

 

Autor: Ed Tobias é jornalista e escritor, e foi diagnosticado com EM aos 32 anos em 1980. 

“Você precisa de ajuda?”

A pergunta veio de uma mulher de 30 e poucos anos depois que terminei de colocar algumas caixas na parte de trás do meu carro. Eu respondi automaticamente: “Não, obrigado, tudo resolvido.”

Mas levantar e carregar caixas não é uma tarefa fácil para mim. A força da parte superior do meu corpo é boa, mas minhas pernas estão fracas e não oferecem muita ajuda. Além disso, diminuí o ritmo dos meus exercícios físicos, então não estou tão forte quanto tento ser. Gostaria que aquela moça tivesse vindo cinco minutos antes e feito aquela oferta de ajuda. Eu teria aceitado.

Não consigo contar quantas vezes recusei ofertas de ajuda ao longo dos anos. Dezenas? Cinquenta, talvez? Normalmente, a oferta vinha quando eu estava colocando minha scooter leve no carro. Às vezes, acontecia depois de uma pequena queda ou quando nosso carro não estava estacionado nas proximidades, obrigando-me a uma caminhada desconfortavelmente longa. “Obrigado, estou bem”, “Estou OK” e “Vou devagar, mas vou chegar lá” foram minhas respostas automáticas.

Escrevendo no HuffPost, Erin Joy Henry soa exatamente como eu: “Se alguém me oferecesse ajuda, antes mesmo de parar para pensar, minha resposta seria sempre um firme ‘Não, obrigada, estou bem’… Não me sentia confortável com os outros saindo de seu caminho por mim, ou oferecendo seus cuidados. Estou bem, sempre, de verdade!”

Eu posso me ouvir dizendo essas mesmas palavras.

Qual é o problema?

Um artigo da Exploring Your Mind sugere que a hesitação em pedir ajuda “pode ser devido a algum bloqueio mental inconsciente. Ou pode ser simplesmente porque as pessoas têm dificuldade em reconhecer que precisam mudar.” Parte do problema pode ser a negação.

Ambos os artigos provavelmente se aplicam a mim. Se eu olhar para mim mesmo com honestidade, vejo alguém que por muitos anos negou o impacto da minha EM. Aposto que o mesmo é verdade para muitas outras pessoas com Esclerose Múltipla. Por exemplo, quão difícil é para nós decidirmos finalmente usar uma scooter, ou mesmo uma bengala? No entanto, uma vez que o fazemos, ficamos felizes com o que fizemos e nos perguntamos como conseguimos sobreviver sem isso.

É preciso aceitação

Era importante para mim mostrar o quão autossuficiente eu poderia ser. Ainda é, mas parte dessa autossuficiência está lentamente se esvaindo. John Connor, meu amigo e colega colunista, descobriu que isso estava acontecendo com ele alguns anos atrás.

“Então, sim, eu me tornei mais receptivo em pedir ajuda e não me sentir culpado. Não é culpa nossa, estamos apenas lidando com as cartas que a vida deu”, escreveu ele.

Henry diz que começou a aceitar ajuda quando percebeu que ajudar faz as outras pessoas felizes.

“Se uma pessoa é incapaz de ser vulnerável ou de pedir e receber, você está, na verdade, privando as pessoas ao seu redor da oportunidade de fazer algo que também as fará se sentirem bem consigo mesmas”, escreveu ela.

Essa é uma boa maneira de pensar sobre isso. É hora de aceitar com gentileza alguma ajuda da família, de amigos e até mesmo de uma pessoa estranha no estacionamento.

 

Fonte: Multiple Sclerosis News Today

Tradução e adaptação: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose

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