CONHEÇA MELHOR O SEU REMÉDIO: IMUNOMODULADORES E IMUNOSSUPRESSORES, O QUE SÃO?

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Ao ter o diagnóstico de EM, começa-se a saga da busca por um tratamento que diminua a atividade da doença e sua progressão. São tantas informações novas que fica difícil saber o que quer dizer cada palavra que o médico nos diz. E quando ele prescreve um imunomodulador ou um imunossupressor, ficamos sem saber o que isso quer dizer, não é mesmo?

Começamos nossa série sobre medicamentos para EM hoje explicando, minimamente, o que é um imunomodulador e um imunossupressor, que são chamadas drogas modificadoras da doença, utilizadas para controle da evolução da patologia. Explicaremos detalhadamente a forma de ação de cada uma dessas drogas nas próximas matérias. Mas hoje queremos deixar mais claro o que é uma imunoterapia e a diferença entre um modulador e um supressor.

A imunoterapia é o tratamento da doença induzindo, aumentando ou suprimindo uma resposta imunológica.  As imunoterapias concebidas para induzir ou amplificar uma resposta imunitária são classificadas como imunoterapias de ativação, enquanto as imunoterapias que reduzem ou suprimem são classificadas como imunoterapias de supressão.

De forma mais ilustrativa, nosso sistema imunológico trabalha como um exército para manter nosso corpo saudável. Cada tipo de célula corresponde a uma categoria de soldados (linfócitos), responsável por proteger o corpo humano. Quando se tem uma doença autoimune, esses soldados, que deveriam proteger o corpo, se voltam contra ele. Na Esclerose Múltipla, alguns desses soldados, atacam a mielina (https://amigosmultiplos.org.br/noticia/842/o-que-e-bainha-mielina). As terapias para combater doenças autoimunes atuam no sentido de fazer esses soldados trabalharem de outra forma, seja mudando seu curso, os deixando mais fortes, mais fracos ou os deixando “presos”.

Imunomoduladores

Um imunomodulador faz ajustes em algum aspecto do sistema imunológico. O ajuste pode ser um aumento ou diminuição de um produto químico ou célula, ou uma alteração da forma como um produto químico ou célula se comporta. Por exemplo, acredita-se que Copaxone (acetato de glatirâmer) modula o sistema imunitário essencialmente agindo como um chamariz que atrai as células T (um tipo de glóbulo branco) para longe da mielina. Essa ação não fortalece ou enfraquece as células T, apenas as atrai.

Desde 1993, os imunomoduladores se tornaram parte do arsenal terapêutico no tratamento de pessoas com EM Remitente Recorrente, oferecendo real possibilidade de modificação do curso e da progressão da doença.

Nota-se crescente tendência na literatura de se iniciar precocemente o emprego de imunomoduladores na esclerose múltipla. Há evidências de que o processo imunológico, que provoca lesão tecidual, se torna mais complexo com o tempo e refratário ao tratamento. Observa-se que o processo inflamatório permanece ativo mesmo nas fases de remissão da doença, sendo este o principal fator que contribui para o desenvolvimento de lesão axonal irreversível. Portanto, o tratamento deveria se iniciar imediatamente após a confirmação do diagnóstico.

Imunomoduladores para EM no Brasil:

– Interferon beta 1b (Betaferon – injetável)

– Interferon beta 1a (Rebif 22 e 44; Avonex; Plegridy – injetável)

– Acetato de glatiramer (Copaxone – injetável)

Imunossupressores

A imunossupressão é uma redução da ativação ou eficácia do sistema imunológico.  Em geral, a imunossupressão induzida deliberadamente é realizada para impedir que o corpo rejeite um transplante de órgão, tratando a doença do enxerto contra o hospedeiro após um transplante de medula óssea, ou para o tratamento de doenças autoimunes como a Esclerose Múltipla, fazendo com que o sistema imunológico pare de atacar o próprio corpo.

Resumindo, a imunossupressão é um tipo de tratamento que reduz o desejo do seu sistema imunológico de atacar suas células saudáveis.

Imunossupressores para Esclerose Múltipla no Brasil

– Fingolimode (Gilenya)

– Natalizumabe (Tysabri)

– Alemtuzumabe (Lemtrada)

– Dimetil Fumarato (Tecfidera)

– Teriflunomida (Aubagio – oral – esse medicamento também é classificado como um “imunomodulador seletivo”, por apresentar efeitos colaterais de imunossupressor).

Qual deles posso tomar?

Todas as medicações, tanto imunomoduladoras como imunossupressoras são opções disponíveis para os pacientes, dependendo do tipo de doença, manifestação, perfil do paciente e disponibilidade no sistema para sua escolha.

Pelo Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas brasileiro, os medicamentos imunossupressores ainda figuram como medicamentos de segunda linha, sendo indicados após falha terapêutica dos imunomoduladores. Em outros países, esses mesmos medicamentos figuram como de primeira linha.

Ainda, sobre a “ordem” de prescrição desses medicamentos, acreditava-se, em um momento anterior, que após tomar um imunossupressor, o paciente não poderia voltar para um imunomodulador. No entanto, novas pesquisas, o tempo e a experiência tem mostrado que é possível “voltar um passo atrás”, indo de imunomodulador para imunossupressor e vice-versa. Os protocolos de tratamento, que são periodicamente revisados, se adéquam também a esse aprendizado.

Ficou em dúvida sobre as medicações citadas, efeitos colaterais e indicações? Continue seguindo a AME, na semana que vem falaremos sobre o que é o PCDT e começaremos a falar, individualmente, sobre cada um desses remédios e mais, sobre os medicamentos para sintomas, como o Fampyra.

Fontes:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2000000400030

http://www.jornalconceitosaude.com.br/esclerose-multipla-uso-dos-imunomoduladores-no-tratamento-da-esclerose-multipla/

Consultoria:

Prof. Dr. Denis Bernardi Bichuetti – Neurologista – Professor Adjunto da Disciplina de Neurologia da Universidade Federal de São Paulo

Fonte: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose

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