Há alguns fins de semana, tive o que descrevi como uma mini crise de meia-idade. As coisas com as crianças estavam uma bagunça, meu marido estava fora da cidade novamente (para ajudar com um projeto de construção na fazenda da família), e cercada pela bagunça e incômodo da vida cotidiana, eu não pude deixar de me perguntar: “É tudo isso que existe até o fim? Estou apenas destinada a desaparecer na obscuridade e na irrelevância? ”
Mas eu sou eu, e não costumo ficar sentada em poças de aversão a mim mesma por muito tempo. Eu sou uma pessoa que realiza, faz, conserta, uma pessoa que cuida dos problemas. Comecei a me perguntar o que poderia fazer para combater esses sentimentos. O que eu poderia fazer para me desafiar que fosse administrável e, acima de tudo, o que mais que tenho que fazer nesta vida?
Como sempre, busquei respostas em livros e me deparei com “Midlife: A Philosophical Guide” de Kieran Setiya (em tradução livre: “Meia idade: um guia filosófico”, livro ainda não traduzido oficialmente para o português). Ele oferece várias observações excelentes. Primeiro, ele escreve: “Você tem que se preocupar com outra coisa além de você” se quiser evitar uma verdadeira crise de meia-idade. Além disso, você deve “abrir espaço para atividades com valor existencial”.
A segunda frase parecia me indicar o que eu ainda não estava fazendo. Bem, pegar o meu instrumento, a trompa francesa, novamente não parecia viável. Essa coisa toma muito tempo, e eu mal tinha tempo para isso na faculdade e quando era recém-casada e sem filhos. Mas a música parecia uma ótima opção, especialmente para uma pessoa com Esclerose Múltipla como eu.
Sempre gostei de cantar e fiz parte de vários grupos ao longo da minha vida, mas nunca tive aulas particulares, nunca tive alguém que me treinou como respirar corretamente e trabalhar em coisas como fraseado e dicção. Parecia um bom ajuste. Afinal, posso cantar em qualquer lugar e acho que verei alguns bons resultados logo no início. Isso vai me ajudar a continuar.
Encontrei uma treinadora vocal por perto que trabalha fora de sua casa e agendei minha primeira aula. Estou muito ansiosa por isso. Embora, na verdade, eu também esteja um pouco nervosa. Uma coisa é cantar para sua família ou no chuveiro onde ninguém está ouvindo, mas ficar na frente de uma mulher que foi treinada na Juilliard, bem, isso é um pouco diferente. Eu escolhi “Wonderful” de Annie Lennox como minha peça de “audição” e tenho praticado todos os dias por cerca de uma semana. Espero que tudo corra bem.
Se você está no mesmo barco, eu não poderia recomendar música o suficiente. Talvez você não seja uma cantora (ou como meu avô costumava dizer: “You can’t carry a tune in a bucket with a lid on it”, expressão sem tradução, significa que a pessoa não canta bem). Isso é ótimo. Pegue um instrumento – guitarras, cavaquinhos e outros instrumentos de corda são fáceis de colocar em suas mãos. Trabalhar com instrumentos de percussão também pode ser ótimo para a coordenação motora e movimentos musculares finos. Existem muitos instrutores excelentes por aí, se você quiser aprender piano, metais ou até mesmo instrumentos de sopro. As opções são ilimitadas atualmente, especialmente com aulas online como opção!
E os benefícios realmente superam quaisquer dos desafios que surgem com o início de algo novo. De acordo com a Fundação NAMM, “… a música envolve áreas do cérebro que estão envolvidas em prestar atenção, fazer previsões e atualizar eventos em nossa memória.” Também ajuda nas habilidades de memória e linguagem.
A Opera North, uma companhia de ópera inglesa, lista vários motivos pelos quais cantar é particularmente vital para uma boa saúde. Isso não apenas faz você se sentir melhor, mas também pode melhorar a função pulmonar, permitir que você desestresse e até mesmo ajudar no alívio da dor.
Também é bom ser membro de uma comunidade, para compartilhar uma paixão com outras pessoas que são como você (Isso é algo que todos nós realmente precisamos depois de um ano e meio de distanciamento social).
Então, se você é como eu e se sente um pouco perdida atualmente, considere encontrar o seu “objeto” – aquela atividade “com valor existencial” que pode ajudá-la a se sentir um pouco mais amparada, um pouco mais como você. Eu adoraria saber o que você está pensando em tentar (ou no que já está empenhado). Conte-me sobre isso nos comentários!
por Jamie Hughes | 19 de novembro de 2021
Tradução e adaptação: Redação AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose