Cannabis Medicinal na EM

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Por Dra Patrícia Savoi CRM 140.483 RQE 40.206*

 

Muito se fala sobre o uso da Cannabis Medicinal no manejo dos sintomas de EM, qual o seu olhar sobre esse tema?

Atualmente, muito se fala do uso da Cannabis sativa para diversas patologias, e esse é um dos principais motivos que devemos ter cuidado com a prescrição e recomendação. Existe uma frase que cabe aqui que diz “nem tudo que reluz é ouro”. Como tudo na medicina (e isso que me encanta), os tratamentos devem ser individualizados. Segundo a revisão O uso da Cannabis na Esclerose Múltipla (EM) é frequentemente discutido no tratamento sintomático e preventivo. Alguns cuidados devem ser tomados quanto à indicação do uso do grupo de canabinoides na forma oral na EM, pois seus efeitos adversos podem ser agravados em função de características inerentes à doença. Sintomas como comprometimento cognitivo, fadiga e alterações humor, que podem variar de depressão à ideação suicida, devem ser avaliados antes da indicação destas substâncias na EM.

 

Quais são as aplicações da cannabis na EM? 

Os maiores estudos recentes relacionados ao uso de Canabidiol é referente ao Naxibimol.

O naxibimol é um preparado comercial, utilizado em alguns países com indicação específica para espasticidade na EM. Contém THC e CDB, na proporção de 1:1, de uso exclusivamente oro-bucal e utilizado na dose de máxima de até 12 puffs ao dia. Não existem estudos consistentes para indicação terapêutica da maconha na forma de cigarros em qualquer dos sintomas da EM. Para o tratamento       da espasticidade: estudos com Naxibimols demonstraram melhora nas escalas de auto-avaliação em seis semanas, embora não fossem observadas melhoras nas escalas objetivas para espasticidade. O extrato de cannabis oral e o THC também se mostrou eficaz apenas nas escalas de auto-avaliação no uso por até 15 semanas, porém, após um ano os resultados indicaram uma melhora também nas escalas objetivas de mensuração da espasticidade. Estes resultados sugerem que esta opção terapêutica pode ser considerada nos pacientes com EM, embora faltem estudos de segurança com uso por longos períodos. Na dor neuropática ou central, os estudos foram realizados em períodos curtos, com eficácia variável. Os naxibimols, os preparados com THC/CBD e o extrato de cannabis isolado apresentaram resultados diversos, e embora não seja possível concluir de forma definitiva quanto à sua eficácia, os dados sugerem que esta pode ser uma opção terapêutica em pacientes que não responderam aos tratamentos convencionais. Se comparado aos medicamentos convencionais, foram mais eficazes, produzindo uma atenuação da espasticidade muscular, da dor neuropática além de contenção da apoptose celular e da inflamação neuronal causada por esta doença. Estes são, de fato, benefícios que trazem novas esperanças aos indivíduos acometidos pela EM, que não têm fármacos eficiente para recorrer. Sempre tendo em mente, os tratamentos anterior e os principais sintomas apresentados pelos pacientes.

 

Estão todas disponíveis? Como uma pessoa consegue ter acesso?

No Brasil, temos a combinação citada acima de THC:CBD já disponível e também os extratos de Canabidiol disponíveis através de importação na presença de prescrição e relatório médico e aprovação da ANVISA

 

As recomendações são as mesmas para qualquer pessoa?

As doses, primeiro de tudo, dependem da concentração de canabidiol (CBD) presente no produto. A sua prescrição deve ser individualizada e acompanhada de perto pelo médico, conversando semanalmente sobre o uso. Costumam ser iniciadas de forma semelhante para os pacientes que utilizam o mesmo produto, mas a evolução pode e deve ser personalizada.

 

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A Cannabis é capaz de modificar o curso da doença?

A princípio, a maioria dos estudos se refere a melhora dos sintomas e controle da inflamação, mas para dizer que a Cannabis sativa é capaz de modificar o curso da doença ainda é muito cedo. Temos que nos basear em evidências científicas para realizar essa afirmação.

 

A longo prazo o uso é seguro?

Não existem estudos clínicos de longa duração, o que sabemos é que a maioria dos estudos que temos atualmente atestam a segurança do uso de canabidiol e sua eficácia; o acompanhamento deve ser feito periodicamente.

 

Sobre o transporte desse tipo de medicamento, como fazer de forma segura aqui no Brasil? Posso ser presa portando meu medicamento?

Se você possui a receita médica e o direito da importação, sempre que for transportá-lo é importante estar com esses documentos para evitar dores de cabeça. Evitar temperaturas altas e exposiçãoo direta e prolongada ao Sol devem ser evitados por ser um óleo.

 

Se tiver alguma outra consideração que acredite ser relevante e não esteja aqui, favor acrescentar.

É importante lembrar que não é autorizado a compra do óleo de Canabidiol fora do país para consumo no Brasil sem receita médica e relatório deste. Não é possível prescrever o medicamento sem uma consulta médica.

Obrigada 😉

 

*Muitos se apegam ao fato de eu ser médica, mas sou um pouco mais que isso. Na minha história tem a faculdade de Medicina, da qual tenho muito orgulho e é minha base para tudo; formação em Psicanálise, pós graduação e especialização como Titulo em Nutrologia. Nessa caminhada, me apaixonei pelo bem estar como um todo e como amo estudar e aprender voltei a estudar e fiz um curso lá na California no instituto do Deepak Chopra sobre Ayurveda e meditação. A partir dai tudo mudou e eu passei a pensar e ver o mundo sob diferentes lentes. Assim, entendi que nosso corpo é um só e que devemos vibrar sempre na energia que queremos compartilhar!!

 


Se quiser saber mais sobre o tema e nosso posicionamento, recomendamos a leitura do Pronunciamento Sobre a Regulamentação dos Produtos Terapêuticos de Cannabis no Brasil, feita pela FEBRARARAS, em que somos fundadores: clique aqui para ler!

 

 

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