Os debates, as participações da sociedade civil, a presença forte de profissionais que lutam dia após dia para ver o Sistema Único de Saúde acontecendo deram um brilho especial à abertura da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que segue até quarta-feira (5/7).
O aprendizado emocionou: “Geralmente, olhamos para as políticas públicas de saúde considerando os horizontes limitados da nossa experiência de vida. A conferência permite que enxerguemos a partir de perspectivas mais amplas: dos povos indígenas, dos quilombolas, das populações ribeirinhas, das pessoas com doenças ou deficiências, do grupo LGBTQIAP+”, relata Paulo Benveneto, que atua na área de Advocacy da AME/CDD.
Para ele, o primeiro dia de conferência mostrou o novo momento que o Ministério da Saúde e o CNS pretenderão inaugurar. “Foi um aceno de esperança de que ouvirão a sociedade na construção de políticas para a Saúde.”
O Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Carlos Gadelha, participou de quatro atividades durante o domingo e fez questão de enfatizar que a expectativa dele e sua equipe é a de abrir caminho para um novo momento de maior escuta.
Consultas públicas
Dentre os temas abordados por ele, durante atividade do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias, esteve a importância de diversificar as contribuições nas consultas públicas, engajando outras entidades e novos participantes. O secretário avalia que estão sempre presentes às consultas as mesmas associações, as mesmas pessoas, um público eminentemente feminino.
Isso faria com que determinadas patologias recebessem menor atenção e que alguns grupos importantes não fossem ouvidos. Para Gadelha, fala-se mais em determinadas doenças raras do que se traz contribuições para temas como HIV/Aids, malária, entre outras doenças.
Em sua fala, Gadelha também disse que o Ministério da Saúde pretende evitar a judicialização, dando cada vez mais acesso às novas tecnologias incorporadas pela Conitec.