Já está mais que comprovado que praticar esportes traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental, melhora a qualidade de vida e faz o cérebro liberar a famosa endorfina, que resulta em sensações de prazer e alegria. Mas para as pessoas com deficiência, o esporte radical adaptado pode representar muito mais do que isso.
Nessa modalidade esportiva, podem ser proporcionados momentos de felicidade, realização pessoal, adrenalina, independência, contato social e, principalmente, uma grande superação. A autoconfiança e a autoestima dos praticantes também são melhoradas, deixando-os mais otimistas e seguros para alcançarem seus objetivos.
Neste post, vamos apresentar alguns exemplos desses esportes radicais que podem ser praticados por pessoas com deficiência, além dos benefícios físicos e emocionais proporcionados por eles. Continue a leitura!
Rapel
Esse esporte radical promete muita adrenalina ao praticante, e consiste em descer paredes verticais com uso de cordas e equipamentos adequados, para que as pessoas com deficiência possam aproveitá-lo com mais segurança.
O ideal é que seja guiado por outra pessoa, para que o praticante possa descer livremente, sem contato com a parede, árvores e principalmente, sem a cadeira de rodas. Um termo de responsabilidade deve ser assinado antes da prática, e os sinais vitais e condições emocionais para a descida são monitorados o tempo todo.
Rafting
Os parques de aventura têm investido cada vez mais em acessibilidade para que as pessoas com deficiênciatambém possam praticar esportes radicais em meio à natureza. O rafting é um belo exemplo desse conceito, e nada mais é que a descida de rios por meio de botes infláveis.
Antes da prática desse esporte, é feita a instalação dos equipamentos de segurança e realizado um rápido treinamento para o praticante se acostumar com o bote e se adequar às orientações. Logo depois, o percurso é iniciado, da mesma maneira que a opção não adaptada. É de tirar o fôlego!
Alguns parques também possuem trilhas ecológicas, totalmente adaptadas para pessoas com dificuldades de locomoção e usuários de cadeiras de rodas, com mais espaço e corrimões em alguns trechos.
Kayaksurf
O kayaksurf é um esporte radical obtido da mistura entre o surf e a canoagem, por meio do caiaque — uma prancha com espaço para a acomodação do praticante — e do remo, que permite que o canoísta faça as manobras permanecendo sentado e apenas com o movimento dos braços.
As regras da competição se assemelham bastante às do surf. A pontuação é aplicada de acordo com a manobra que o atleta realiza, sempre considerando o nível de dificuldade e a precisão, tanto na saída da manobra, quanto no tamanho das ondas.
É uma prática que permite que a pessoa com deficiência tenha a oportunidade de entrar no mar e aproveitar a alegria, bem-estar e independência proporcionados por ele. Além disso, estar em cima de uma prancha ou de um caiaque também faz com que a parte motora seja estimulada por meio da movimentação exigida pelos exercícios.
Tirolesa
É uma atividade passiva, que não requer nenhum esforço físico do praticante. Por isso, pode ser feita por qualquer pessoa, principalmente pelas que possuem alguma deficiência.
Essa atividade permite que ela possa escorregar presa a um equipamento seguro e adaptado a partir da cadeira de um parapente, que se desloca com roldanas de um ponto a outro por um cabo aéreo posicionado horizontalmente, que pode ter até mil metros de extensão e 150 de altura, e conectado à algumas árvores.
Ao mesmo tempo em que não exige esforço, esse esporte radical adaptado proporciona muita emoção e adrenalina. Além disso, muitas tirolesas estão acima de florestas, lagos e outras lindas paisagens, tornando a experiência muito mais prazerosa.
Hardcore sitting
É um esporte radical adaptado que consiste em manobras feitas por meio de uma cadeira de rodas em uma pista de skate. Além de ser uma ótima oportunidade de liberar as energias da pessoa com deficiência, proporciona o aumento significativo das sensações de segurança e motivação do praticante, estimula as reações fisiológicas e a agilidade, e proporciona altas doses de adrenalina.
Para praticá-lo, o indivíduo precisa de muita coragem, justamente por ser uma prática radical e de alto risco. O segundo passo é adquirir produtos de segurança que são indispensáveis para a prática, como uma cadeira de rodas adaptada, capacete, joelheiras, cotoveleiras e luvas.
Paddle Board
É uma modalidade de remo que vem ganhando força no Brasil, apesar de ainda ser pouco difundida por aqui. Permite que o atleta percorra longas distâncias marítimas, deitado ou até mesmo ajoelhado (caso consiga se manter assim).
As remadas do paddle board permitem que o atleta trabalhe toda a musculatura do tronco e braços, gerando uma expressiva melhora do sistema cardiorrespiratório e prevenindo lesões musculares. Além disso, podem proporcionar um grande relaxamento mental e garantir o contato direto com a vida marinha.
Um dos grandes feitos dessa modalidade se deu em dos maiores festivais do mundo, que acontece no Havaí, chamado Molokai To Oahu Paddleboard Race. Lá, Mark Matheson foi o primeiro atleta com deficiência a realizar a prova, que tem quase 50 km de remada, utilizando apenas a força dos braços.
A prática desses esportes pode proporcionar um momento único, especial e totalmente fora da rotina para a pessoa com deficiência, além de afastar o estresse do dia a dia e permitir que ela possa interagir e contemplar paisagens que raramente são encontradas nos meios urbanos, como trilhas, cachoeiras e o mar.
Também é importante enfatizar a consulta com um profissional da saúde antes da prática de qualquer esporte radical adaptado, pois só ele saberá quais são as dificuldades de cada indivíduo e qual a melhor escolha a ser feita.