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Nesses tempos estranhos, em que vivemos uma pandemia e estamos submetidos a uma série de regrinhas para nossa sobrevivência. A primeira e principal delas é a do distanciamento.

Essa regrinha simples é a mais difícil de seguir, porque não gostamos de ficar distantes, principalmente daqueles que amamos.

Eu, particularmente, amo abraços. Não faço questão de beijinho no rosto e nem aperto de mão, mas adoro abraços apertados, daqueles que o som das batidas do meu coração se confunde com o som das batidas do coração de quem é abraçado. Um abraço rápido já serve como cumprimento, mas bom mesmo é aquele abraço longo.

E pode?

Pois bem, não pode. Para evitarmos o contágio, devemos evitar ao máximo esses contatos próximos. Mesmo entre pessoas que vivem na mesma casa, devemos evitar ao máximo. Obvio que não funciona. Principalmente pra quem tem crianças em casa. É inevitável o beijo de boa noite, o abraço pela manhã, um cafuné e uma conversa ao pé do ouvido. Mas a gente se restringe “aos de casa”, deixando a relação mais fria e distante com as outras pessoas.

Com o prolongamento sem fim dessa crise, vai se instalando na gente uma outra crise: a de abstinência de toque. Eu saio pouquíssimo de casa, somente em casos de necessidade, mas é inevitável encontrar conhecidos e amigos no caminho. É estranho e um pouco difícil conter o ímpeto de abraça-los.

É ainda mais difícil, doloroso mesmo, manter essa postura diante daqueles que amamos tanto. Tantas pessoas que amo e nem posso ver porque estão longe e resguardadas para sua proteção: meus sobrinhos, entre eles um que ainda nem conheço, meus pais e irmãos, meu filho. Todos morando em outras cidades, sem planos de um reencontro próximo.

Mas, porém, todavia, contudo

Tem aqueles que a gente encontra vez ou outra: minha sogra, minha filha, alguns amigos mais próximos. E são esses de quem mais sentimos falta dos abraços, porque estão ali, pertinho. Minha filha nos visita muito pouco, preocupada em não nos deixar doentes. Quando vem aqui, chega a brigar com as irmãs para que não a abracem. Nem sempre funciona, eu mesma quebro essa regra porque é impossível manter a compostura.

Essa semana quebrei a regra com uma amiga que amo tanto quanto uma irmã. Na verdade, quebramos a regra juntas. Depois de meses em que mal nos vimos e toda vez que nos víamos ficávamos à distância, dessa vez não deu pra suportar e nos entregamos num abraço apertado, longo e quentinho. Chorei quase de soluçar porque precisava tanto daquele abraço. De qualquer abraço, mas aquele em especial eu precisava muito e a muito tempo.

Manter a vigilância

Apesar dessa violação às regras, mantivemos as demais, é preciso manter a vigilância e o cuidado, principalmente quando deixamos de lado alguma das regras: ambas estávamos de máscaras e depois do abraço mantivemos a conversação à distância. Mas foi bom demais, certamente recarregou minhas baterias a um nível capaz de suportar com mais leveza um pouco mais desse tempo de trevas.

E o valor?

Esse é o valor de um abraço bem dado: transferência de energia vital, amor, segurança, calor, alegria.

Tô me sentindo rica!

 

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