Esse título bem poderia ser verdade, e já publicamos diversas matérias sobre as influências negativas do estresse para a nossa vida.
Maaas, como não custa lembrar, vem conferir esse artigo da Karen Curi para a Revista Bula! 🙂
Escapei da prisão que acorrentava a minha alma junto das sombras densas. Me libertei do que os outros pensam sobre mim e do que esperam ao meu respeito. Mandei às favas quem insiste em mandar nas minhas vontades, todos aqueles que questionam a minha conduta e me apontam o dedo com reprovação. Cansei de fazer ouvido de mercador para não me aborrecer, de engolir seco um espinho depois do outro, enquanto o emissor, com sua língua projétil, metralha ofensas na minha direção.
Sem dó nem piedade as pessoas vão jogando as suas imundices em cima de quem passar pela frente. É tão cômodo apontar os defeitos do outro e cuspir o que lhe parece incorreto e imoral. Afinal, condenar é muito mais prazeroso do que olhar para si. As imperfeições alheias são sempre maiores, a vida daquele é mais intrigante.
Acusar é a saída número um dos donos da razão, dos centros do universo e dos reis na barriga. Nada mais prazeroso que abster-se de qualquer possibilidade de falha e jogar o peso do mundo nas costas de quem lhe der ouvidos.
A questão é que errados somos todos nós. E certos, também. Não somos melhores ou piores que ninguém. Somos todos humanos, passíveis a erros, inclinados a acertos, com as nossas falhas e virtudes tropeçando nas pedras do caminho. É inaceitável que alguém se intitule superior e que a sua soberania dite as regras em outras vidas. Calma lá.
Que fiquem para trás os acusadores que berram os nossos defeitos e julgam as nossas condutas. Suas condenações de nada acrescentam. Porque tapar o sol com a peneira queima do mesmo jeito. Portanto, busquemos a sombra amiga que nos faça crescer e multiplicar em nossa vontade de acertar. Não precisamos de ninguém que nos tolha e nos amarre.
Até aonde vai a nossa passividade? Engolir sapos é consentir com o que é dito sem nenhuma objeção. Agindo assim estaremos ferindo a nós mesmos e o nosso brio. Quando oprimidos nos sentimos incapazes, frustrados, e logo passamos a demonstrar apenas uma parte nossa. Para que sejamos inteiros é preciso revelar quem somos, o que pensamos, o que queremos. Sejamos nós e o que nos caracteriza sem o medo da reprovação e a necessidade de aceitação.
Atenção: Engolir sapos é uma prática tóxica e nociva. Mantenha distância. Ao persistirem os sintomas esse texto deverá ser consultado.
Fonte: Revista Bula. Imagem: Creative Commons.