Coronavírus e EM: Atualizações Oficiais!

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Comunicado BCTRIMS: Epidemia do Coronavírus (COVID-19)

Mantendo o nosso compromisso em trazer informações às pessoas que vivem com Esclerose Múltipla (EM), Neuromielite Óptica (NMO) e outras doenças desmielinizantes, apresentamos a terceira atualização com recomendações sobre a COVID-19.

Algumas sugestões se mantêm iguais as abordadas previamente e podem ser acessadas em:

https://www.bctrims.org.br/noticia-dedalhes/?idNoticia=1885.

Lembramos que o termo COVID-19 se refere à doença causada por um novo coronavírus, nomeado SARS-CoV-2. Os sintomas da COVID-19 são geralmente respiratórios e podem ser semelhantes a um resfriado comum com febre, tosse, dor no corpo e dor de garganta. A doença também pode se apresentar com diarreia, dor abdominal e diminuição do olfato e/ou paladar.

Caso tenha sintomas suspeitos de COVID-19, recomendamos que você adote o isolamento domiciliar e entre em contato com a sua equipe de saúde para orientações, não sendo recomendado suspender a sua medicação sem antes conversar com o seu médico.

Sugerimos que você evite procurar um serviço de saúde se tiver com sintomas leves ou iniciais: use preferencialmente serviços telefônicos ou online para entrar em contato e receber orientações de como proceder do seu médico ou equipe multidisciplinar. Lembre-se, este é o período que você pode estar infectando outras pessoas ou se colocando em risco caso não esteja infectado. Febre alta, desidratação e falta de ar são sinais de alarme e uma avaliação médica pode ser necessária. Procure se informar antecipadamente sobre locais de atendimentos para casos suspeitos de COVID-19 com a sua equipe de saúde do SUS ou do seu convênio.

Até o momento, o risco de pacientes com EM ou NMO manifestarem formas mais graves da COVID-19 permanece incerto. Na população geral, é sabido que pessoas mais velhas e com múltiplas comorbidades, como hipertensão e obesidade, são consideradas grupo de risco.

Pacientes que em decorrência da doença desmielinizante apresentem dificuldade de locomoção, deglutição ou alteração de musculatura respiratória provavelmente têm maior risco de manifestar formas graves e complicações da COVID-19, e por isso devem também estar mais atentos às medidas de prevenção. Prevenir é a melhor solução!

Recomendações sobre as medicações e seguimento.

Ainda é incerto se as medicações utilizadas no tratamento da EM e NMO aumentam o risco formas graves da COVID-19. Estimativas de risco e recomendações para as medicações mais utilizadas estão resumidas nas tabelas 1 e 2. Acompanhe aqui as tabelas! 

Como a resposta de cada paciente ao tratamento é muito variável, sugerimos que converse com o seu médico sobre a necessidade de adaptar o seu plano de tratamento levando em consideração a gravidade da sua doença, o risco associado à sua medicação e a situação da COVID-19 na sua cidade. Recomendamos que não interrompa o tratamento sem adequada supervisão, pois isso pode aumentar o risco de surtos e necessidade de internação hospitalar.

Reforçamos que se você tiver sintomas de surto (como visão embaçada, fraqueza, dormência ou incoordenação em alguma parte do corpo, vômitos/soluços incontroláveis etc., durando mais de 24 horas), fale com o seu médico imediatamente. É importante lembrar que alguns surtos podem ser graves e deixar sequelas, então não deixe de comunicar a sua equipe de saúde! Além disso, existem opções para tratar os surtos que não exigem que você fique internado(a), e o seu médico pode – mesmo à distância utilizando ferramentas de telemedicina durante a pandemia – orientar o melhor local, momento e tipo de medicação.

Estratégias de prevenção.

A situação da pandemia é dinâmica e as realidades são diferentes entre as diversas regiões do Brasil e entre capital e interior dos estados, por exemplo. Atente-se às informações divulgadas em fontes confiáveis, como da secretaria de saúde ou da sua equipe assistente, pois cada cidade apresenta uma taxa de transmissão e risco de contágio que varia conforme o momento epidemiológico.

Reforçamos algumas estratégias que devem ser adotadas na sua rotina:

  • Lave as mãos com água e sabão com frequência – faça isso por pelo menos 20 segundos. Use álcool gel se água e sabão não estiverem disponíveis. Evite tocar nos olhos, nariz ou boca.
  • Ao sair de casa, use máscara e lave as mãos assim que chegar. Evite aglomerações e tente ficar a pelo menos 2 metros de qualquer pessoa com quem você não mora ou convive diariamente.
  • Para aqueles que não podem exercer seu trabalho à distância ou que precisarem sair de casa por qualquer motivo, é recomendado evitar o uso do transporte público nos horários de pico.
  • Cuidar da saúde física e mental é fundamental. Caso na sua região a prática de atividade física esteja liberada, prefira sempre praticar esportes ao ar livre e em horários mais vazios, como início da manhã. Caso decida voltar para academia, tenha bastante atenção às medidas de proteção: prefira horários menos concorridos, salas com ar circulante e lembre-se sempre de higienizar as mãos e de usar máscara.
  • Nas cidades com abertura de parques, restaurantes e comércio, lembre-se que ainda há risco de contaminação. Evite ambientes fechados, prefira locais ao ar livre e em horários mais vazios.
  • Algumas cidades já retornaram o atendimento médico presencial.

Lembre-se de respeitar o horário agendado. Evite sentar-se muito próximo a outra pessoa na sala de espera, vá de máscara e higienize as mãos com frequência. Se necessário, leve no máximo um acompanhante.

  • Talvez seu médico solicite novos exames de sangue, a coleta domiciliar é uma boa forma de evitar exposição, quando for possível.

Se você tem outros fatores de risco, como idade acima de 60 anos, hipertensão, obesidade, ou se seu médico considera o seu tratamento de alto risco, ou ainda se a situação da COVID-19 na sua cidade é considerada crítica, estratégias extras de distanciamento são recomendadas:

  • Fique em casa o máximo possível. Procure limitar as saídas aos motivos essenciais como alimentação, saúde ou trabalho (se você não puder trabalhar de casa).
  • Evite receber visitas, a menos que estejam prestando cuidados essenciais. A medida do possível, é possível ampliar o contato social utilizando o conceito de “bolhas sociais”: escolha encontrar um mesmo grupo pequeno de amigos e/ou familiares que tenha práticas de cuidado e prevenção adequadas.
  • Se precisar sair, evite locais fechados, como shoppings, dê preferência a locais ao ar livre, como praia ou parque, e tente ficar a 2 metros de distância de outras pessoas o tempo todo.

Vacinação.

Diversas pesquisas científicas estão em andamento para o desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19, mas é possível que ainda demore meses ou anos para estar amplamente disponível, por isso não podemos fornecer nenhuma recomendação específica nesse momento.

Lembramos que as vacinas de gripe (influenza) e pneumococo são seguras e estão indicadas para todos os pacientes. Consulte sua equipe interdisciplinar de cuidado no caso de dúvidas.

Ressaltamos que as sugestões acima não substituem o parecer do seu médico, que já conhece você e a sua doença! Se alguma informação que você julga importante não foi abordada, por favor, nos envie sugestões por e-mail (secretariabctrims@gmail.com).

Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS) & BCTRIMS Youth League

Presidente: Dr. Jefferson Becker

Participaram da elaboração deste documento: Dra. Milena Pitombeira, Dra. Nathane Braga, Dra. Ana Beatriz Ayroza, Dr. Rafael Paternò, Dr. Giordani Passos, Dra. Samira Apóstolos, Dr. Alfredo Damasceno, Dr. Marco Lana-Peixoto, Dr. Dagoberto Callegaro, Dr. Jefferson Becker

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