Ansiedade e depressão são sintomas comuns entre pessoas com esclerose múltipla (EM), mas não existem dados sobre a expressão ou a comunicação destes sintomas durante visitas ao médico.
Um estudo italiano investiga as expressões emocionais das respostas dos pacientes e neurologistas durante o primeiro atendimento ambulatorial.
A EM é uma doença variável com prognóstico imprevisível que afeta as emoções e qualidade de vida dessas pessoas. A depressão na EM aparece em taxas mais elevadas do que em outras doenças crônicas, o que não acontece no caso de ansiedade.
Os resultados deste estudo, nas consultas que envolveram pacientes jovens e seus neurologistas, apresentaram uma maior expressão de emoções durante a visita.
Em 75% dos casos, a comunicação de sentimentos foram feitas espontaneamente pelo paciente, enquanto no restante dos casos foram criados por iniciativa do neurologista. Isso indica que os aspectos emocionais não são uma preocupação para os médicos, o que significa que muitas vezes eles se concentram mais em aspectos médicos (informação e aconselhamento) em uma consulta de duração limitada, e acabam esquecendo da importância dos fatores emocionais.
Quando o paciente entra pela primeira vez no consultório para obter uma segunda opinião, esta situação é associada a uma menor comunicação de emoções. Isso pode ser atribuído ao fato de que neste momento o paciente está mais preocupado com questões “técnicas”, outros diagnósticos e tratamentos possíveis, de modo que pode esperar mais informação e menos conteúdo emocional.
Ajudar o paciente a verbalizar seus sentimentos facilita a regulação emocional, melhorando o enfrentamento da doença, levando a uma maior satisfação do paciente e uma maior cooperação na gestão da doença.
Todos estes dados indicam que os médicos devem ter uma sensibilidade especial para responder a diferentes estímulos emocionais expressos pelos pacientes durante as consultas.
Estes resultados complementam as informações obtidas em estudos anteriores que demonstraram que os neurologistas devem procurar manter uma comunicação aberta com os pacientes e que a capacidade de atingir isto com pessoas que tem EM é de grande importância também para as consultas que envolvem a tomada de uma decisão compartilhada.
Conclusões
A eficácia da comunicação entre médico e paciente melhora quando o médico identifica as preocupações dos pacientes. Comunicação espontânea pelo paciente e a capacidade de reconhecimento dos médicos e da gestão das necessidades emocionais dos pacientes com EM, são características fundamentais no foco do bem estar do paciente e estão associadas a resultados positivos, incluindo um bom desempenho do tratamento a longo prazo.
Fonte: https://www.in-pacient.es – 25/06/2015. Traduzido livremente. Imagem: Creative Commons.