Acessibilidade: muito além do design

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Esse post faz parte de uma série de artigos, publicados no Blog de AI (http://arquiteturadeinformacao.com) sobre construir experiências que sejam acessíveis a mais usuários, e em novos contextos de uso. A ideia é encorajar mais designers a lerem, discutirem e promoverem a acessibilidade em suas empresas, comunidades e entre amigos.

A acessibilidade é um tema amplo e tem impactos em várias áreas. Tem a ver com permitir o acesso ou uso de produtos, serviços e informações, mas a acessibilidade vai muito além de interfaces digitais.

Veja abaixo alguns projetos que tornaram possível a inclusão de pessoas ao conhecimento, educação, arte e a sua própria cidade.

Acessibilidade na Educação

A partir de discussões em grupo sobre o tema da inclusão nas escolas, o SENAI-SP começou notar a necessidade real de repensar as formas de ensino, avaliação e certificação de alunos com deficiência. A primeira experiência aconteceu em 2010, com a criação de um certificado específico para pessoas com deficiência, no curso de aprendizagem industrial de assistente administrativo.

Durante o curso, o SENAI e a instituição parceira discutiram sobre a melhor maneira de levar o curso, desde a metodologia até o desenvolvimento de cada aluno. Os professores foram orientados a “elaborar situações de aprendizagem contextualizadas, com desafios de diferentes graus de complexidade, para permitir o desenvolvimento de todos os alunos em diferentes níveis.”

Todos os alunos tinham deficiência intelectual, mas o desenvolvimento deles eram muito diverso. A solução foi criar um certificado específico, que mostrasse exatamente o que cada um aprendeu, respeitando assim, o desenvolvimento individual de cada um. Desde então, outros cursos nessa linha foram criados pelo SENAI-SP, e embora a questão não esteja 100% resolvida, ela continua a buscar maneiras de profissionalizar alunos e tornar pessoas com deficiência aptas para o trabalho.

Acessibilidade no Transporte

Em um projeto de dez anos, o metrô da cidade de Fukuoka no Japão, tornou acessível o transporte público a milhões de pessoas. A ideia era criar um ambiente de boa mobilidade e menos barreiras, além de tornar as informações fáceis de ser entendidas por todo mundo.

Algumas das melhorias incluem:

– Movimento de linhas universal: o layout da estação permite que os passageiros se movam livremente pela arquitetura usando a rota mais curta possível. Entradas e saídas sempre levam a um elevador ou escada rolante do metrô em carros equipados para levar cadeirantes.

– Instalações universais: máquinas de bilhetes foram montadas abaixo do normal para acomodar cadeiras de rodas, bem como passageiros em pé. A ponta magnética da bengala branca usada por usuários com deficiência visual chama automaticamente o elevador e abre as portas por meio de sensores.

– Conforto espacial: grandes átrios e materiais transparentes são usados ​​para trazer luz natural no subsolo e proporcionar uma sensação de espaço.

– Informação visual: cada estação tem sua própria cor, material de parede e símbolo único, tornando mais fácil para as crianças e pessoas que não falam japonês identificar.

A linha Nanakuma tem atraído a atenção mundial e ganhou vários prêmios como um exemplo de acessibilidade.

Acessibilidade e Mobilidade

Nessa área, o projeto individual de um estudante pernambucano se destaca. Depois de entrevistar pessoas com deficiência visual, Marcos Antônio da Penha descobriu que a bengala não evita acidentes, pois a parte superior do corpo fica desprotegida.

Assim, ele desenvolveu um óculos inteligentes para auxiliar pessoas com deficiência visual se locomoverem. O dispositivo PAW (project annuit walk) localiza objetos num ângulo de 120o e pode informar o melhor percurso a seguir. “Quando um obstáculo é identificado, os óculos sincronizam com o aplicativo. Então temos mapeado os pontos mais críticos de uma cidade.”

Acessibilidade na Arte

O Museu De Young, em San Francisco, desenvolveu um programa único que permitirá visitas guiadas por um robô para aqueles que não podem visitá-lo fisicamente.

Enquanto outros museus têm desenvolvido programas inovadores para expandir a acessibilidade, como passeios especiais para deficientes auditivos e visuais, os guias turísticos robóticos do De Young representam um importante passo em direção a maneira como as organizações pensam sobre inclusão.

http://arquiteturadeinformacao.com. Imagem: Creative Commons.

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