Gravidez e esclerose múltipla

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Por Larissa Dornelles

 

Assim que a minha (amada) obstetra, Dra. Priscila, confirmou a gravidez, a primeira coisa que

fiz ao chegar em casa foi pesquisar na internet sobre “gravidez e esclerose múltipla”. Na

euforia do momento, não me dei conta de perguntar para a doutora quais eram as implicações

do diagnóstico.

Posteriormente, perguntei para meu neurologista, que confirmou o que eu tinha encontrado

nos sites, isto é, que a gravidez dá um “tempo” na EM. Admito que fiquei cética quando li essa

informação enquanto efetuava minha pesquisa na internet e, mesmo depois de o doutor

também confirmar, ainda assim fiquei na defensiva.

Os meses foram passando e notei então que não mais me sentia cansada. Percebi-me sem

dores no corpo e com uma disposição que há tempos não sentia. Uma maravilha!!!

E quando eu contava para minha família e amigos sobre a gravidez, após me parabenizarem,

sempre vinha a pergunta: “E agora? E a Esclerose Múltipla? ”

E eu contava como andava me sentindo, explicava que tinha suspendido a medicação (ordens

do meu neurologista) e todos, sem exceção, falavam: “Que maravilha, tu vais ter que fazer um

filho por ano, então!”

Não estou aqui para dizer para as mulheres engravidarem para se sentirem bem. Não é esse o

objetivo do texto (até porque um filho exige muita responsabilidade e provoca outros

cansaços). Escrevo, sim, para acalmar as futuras mamães que, assim como eu, ficaram bem

preocupadas ao descobrir a gravidez, bem como para tranquilizar aquelas mulheres que

desejam ter filhos e sentem receio devido ao diagnóstico, pois a EM nos causa certas

limitações e é impossível não ficarmos preocupadas com o futuro. Mas digo para vocês que

minha gravidez foi bem tranquila, sentia uma fadiga, mas muito leve, por culpa do calor

extenuante que fazia na cidade onde resido.

A minha obstetra perguntou sobre o parto que desejava fazer e, então, surgiu outra dúvida.

Retornei ao neurologista e ele informou que, no meu caso, eu poderia optar pelo parto que eu

desejasse. Escolhi ganhar meu filho de parto normal. A obstetra aconselhou-me que, se

possível, fosse à clínica de anestesia fazer uma avaliação, mas acabei deixando de lado, e me

arrependi depois, pois, na hora do parto, ocorreram algumas complicações com o bebê (nada

relacionado à esclerose) e tive que fazer uma cesárea de urgência e a anestesia não pegava.

Quando a obstetra comunicou à anestesista que eu tinha esclerose múltipla, esta informou

que, nesse caso, ela deveria ter vindo uma hora antes para fazer o procedimento. Mas correu

tudo certo no parto. A anestesia demorou um pouco, mas depois surtiu o efeito desejado.

Todavia, poderia ter evitado isso se tivesse ido previamente à consulta com a anestesista,

como minha obstetra tinha recomendado.

Então, mamães, não se preocupem com a gravidez. Ela representa uma trégua nos sintomas

da EM, não uma complicação a mais. É só comunicar o diagnóstico para seu obstetra e seguir

corretamente as orientações que a EM não irá compromete a realização do sonho de ser mãe.

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