Quando a Esclerose Múltipla chega na Maturidade
Estava aquela mulher, aos 50 anos cheia de vida, com os filhos encaminhados na vida, quase aposentada. Viajar pelo mundo seria a meta e foi exatamente em uma viagem dos sonhos que ela sentiu na pele o poder devastador de cada sintoma da esclerose múltipla dando os sinais com muita intensidade.
Fadiga, visão embaçada, dores no corpo, formigamentos, dormências nas mãos, nos pés, angústia constante… e ela seguiu como uma combatente no campo de batalha disfarçando sua agonia para não estragar o passeio em grupo.
Na volta para casa, o primeiro SURTO
Ela não sabia de nada, totalmente “ignorante” do que se passava. A gravidade era tamanha, acordar e não enxergar absolutamente nada na visão esquerda. Então só respirou fundo e marcou um oftalmologista. O médico falou que era estresse e assim desencadeou uma nova jornada, desconhecida, ruim, complicada e angustiante por estar de mãos em mãos, passando por diversos profissionais de saúde sem chegar a um diagnóstico.
Até que, depois de longos 20 dias, ela se deparou com a verdade, chegou no lugar certo, no médico adequado. O caminho foi ficando estreito, pois entre enxergar uma luz no fim do túnel e chegar até ela é um aprendizado cheio de mistério. Assim, aquela pessoa cheia de vida andou no deserto por um longo período, com sequelas irreversíveis, medo, incertezas, mas esperançosa também, porque os problemas enfrentados com fé e coragem tornam-se mais leves. E assim ela recebeu a notícia sobre sua patologia. Com uma pergunta:
Suzana, você sabe o que é Esclerose Múltipla?
E as portas se abriram e escancararam a nova vida que ela iria percorrer. Mesmo na maturidade e já sendo vovó, ela precisou muito do colo da mãe, do apoio familiar e encontrar pessoas afins para que trocassem experiências as quais iriam fazer a diferença lá na frente. Isso porque, no momento, ela tinha a necessidade de viver a transição e adaptação natural de uma paciente com EM.
E fiquem sabendo: o medo do futuro mesmo tendo vivido meio século foi o mesmo de um jovem tentando entender sobre sua vida com a EM.
Pulsoterapia;
Tratamento;
Exercícios físicos;
Terapia;
Exames;
E chorar até ficar com as narinas congestionadas.
E ela segue a jornada diária. Lá se vão 14 anos de diagnóstico e 66 anos de vida. Ela continua viajando e buscando a felicidade, apesar e além da Esclerose Múltipla.
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