Oie meus queridos amigos, como tem passado?
Nossos queridos blogueiros estão nos trazendo textos maravilhosos que nos inspiram cada dia mais.
Várias coisas aconteceram esse mês que já está terminando, e ao mesmo tempo, nada aconteceu, depende do seu ponto de vista. Como creio que ocorre com tudo na nossa vida.
Bom, para entenderem onde quero chegar vou explicar melhor.
Esse mês não trabalhei, não fiz exercícios físicos, não fiz a perícia ainda, não estudei, não fiz nenhuma escolha, a não ser da roupa que iria vestir diariamente, não viajei, apenas descansei, relaxei e aproveitei.
Você tem duas escolhas, achar que foi um mês perdido, inútil, onde não fiz nada ou achar que foi um mês merecido de descanso, de "férias" para tomar fôlego e recomeçar, isso só depende de você.
E assim é pra tudo na vida, aquele velho ditado, copo meio vazio ou copo meio cheio?
E assim funcionou à descoberta da EM em minha vida. Isso já tem mais de oito anos, mas me lembro como se fosse ontem, quando minha irmã mais nova estava aos prantos, minha mãe, meu pai e o Baby haviam connhedido a EM pela internet e só viram desgraça, eu que não era chegada em internet ainda, não acreditei que era aquilo que eu tinha, e quando o primeiro médico comunicou que havia remédio para essa enfermidade, então, não quis saber de mais nada, afinal eu estava sem enxergar por causa de um surto, e achando que estava com um tumor. Para quem já conhece essa história, sabe o quanto fiquei aliviada.
Mas nesse começo não fazia a menor ideia do que era a EM e meus pais achavam muito estranho o modo como reagi ao diagnóstico. Aceitei de imediato, como se fosse uma ordem : – Fabiana o que você tem é esclerose múltipla, uma doença crônica, sem cura, degenerativa, incapacitante. Mas tem medicação para controlar.
– Sim senhor. Bati continência. E apenas aceitei.
Entretanto, ainda não conhecia nenhuma informação sobre essa bendita doença, que me tirou de circulação por um ano, onde não conseguia estudar, trabalhar e passear.
Até que meus pais me levaram ao que hoje é o meu médico ( doutorzinho) e foi aí que entendi mais ou menos que o buraco era mais embaixo. Que ele me contou um pouco sobre ter limites, sobre sentir coisas que nem ele saberia dizer o que era e percebi que tudo escureceu a minha volta, quando ele me disse que se eu sentisse uma fisgada na unha do dedão do pé, era pra eu ligar para ele a qualquer dia e hora.
Aí o bicho pegou, a tal da EM virou um bicho papão e o medo se instalou por todos os meus orifícios e a bendita atacou com tudo.
Percebi que era algo mais sério do que imaginava e fiquei sem saber o que fazer, na verdade acho que não queria saber de nada, só de voltar a enxergar perfeitamente e não me sentir incomodada com a luz.
No início do tratamento tive um surto atrás do outro, até fazer uma pulso mais invasiva e passar muito mal. A única coisa que me passava pela cabeça, era que gostaria muito de me sentir bem de novo, bem para fazer qualquer coisa, pois fiquei bem debilitada na época, me sentindo um zumbi.
Com o tempo, tudo passou, o que era pra ser 6 infusões virou duas e fui melhorando até o dia que nem me lembrei mais da EM e aprendi a conviver com ela.
Só depois que a aceitei como minha, pude conhêce-la de verdade.
Comecei observando tudo de diferente que estava ocorrendo comigo e com o meu corpo, sempre conversando com o meu neuro
Aceitei tudo que a EM me proporcionou, quase seis meses sem enxergar direito, dormências nas pernas, falta de sensibilidade nas pernas, na língua, fraqueza, fadiga, tontura, dias sem sair de casa, sem sair da cama e outras coisas que já devo ter esquecido.
Aceitei a EM porque ela faz parte da minha vida. Não que a minha vida seja a ESCLEROSE MÚLTIPLA, mas não posso nega- la, seria besteira da minha parte e eu sofreria muito mais.
Foi ela que me fortaleceu, me amadureceu, me deu a chance de valorizar cada momento da minha vida, me deu de presente amigos queridos, alguns que já conheço pessoalmente outros que conheço por trás da telinha mas é como se já nos conhecêssemos, aprofundar e saber o que é amizade de verdade, estudar o meu francês…
Ela está comigo sempre, somos companheiras, uns dias amigáveis outros nem tanto, mas estamos juntas e faço de tudo para ela permanecer boazinha, quietinha, cuido muito bem da minha companheira. Faço exames, tomo remédios desde a sua descoberta que não tenho "sossego" mas não me arrependo, controlo todos os sinais do meu corpo e comunico ao médico como nossa querida Bruna disse aqui.
E retomando uma conversa que tive com minha amiga, era sobre isso, ela havia me dito que notava a diferença do desenvolvimento dos fatos quando a pessoa aceita algo que não estava contando que aconteceria em sua vida, como é o caso de uma doença, do que aquelas que a negam e não aceitam, a própria doença parece que se mostra mais violenta.
Eu concordo, a partir do momento que aceitamos, estamos a encarando com responsabilidade. Então, vamos cuidar que ela seja menos perceptível possível.
Quando se aceita, dói menos, vestimos a camisa que temos que fazer algo com isso, afinal creio que nada é a toa nessa vida e se fomos os escolhidos para levar conosco essa bendita companheira com nome comprido e complexo, é porque somos diferentes e temos uma missão a cumprir.
Sinto que estamos no caminho certo.
Vou dedicar esse post a minha mais nova amiga e nossa companheira que conheci hoje e lhe desejo muitas felicidades nessa nova luta!! Temos mais que a EM em comum, somos cientistas sociais e muito alegres. Tainá adorei te conhecer.
Queridos mil beijinhos e até o próximo post…