Compartilhe este post

Compartilhar no facebook
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no twitter

Peço licença para algumas palavras sobre o caso Marielle Franco (se você esteve em Marte nos últimos dias e ainda não sabe quem é, dá uma espiadinha aqui: Quem é Marielle?) e o feminismo. Marielle não era “apenas” feminista, era ativista de direitos e que foi morta para que se calasse. Mas é da mulher, empoderada e empoderadora, como voz que foi silenciada que quero falar.

Eu sempre fui feminista, questionadora das diferenças de tratamento entre os gêneros, revoltada com as diferenças de direitos e deveres entre homens e mulheres. Mas só descobri que isso (entre outras coisas) era ser feminista alguns anos atrás. Desde então, venho trabalhando dentro de mim tudo aquilo que me foi ensinado como “normal” para ensinar pras minhas filhas que não é.

Agregado a isso, tento ensinar sobre muitas outras coisas das quais eu também era ignorante até outro dia. Não é um trabalho fácil. Vivo entre pessoas preconceituosas, não por maldade, mas por ignorância mesmo. E essa ignorância é tão arraigada, tão cultural que a essa altura do campeonato tentar muda-los é tarefa impossível. Até porque, para essas pessoas, sou eu a radical, a revoltada.

Para minha própria saúde mental, o que faço é me fingir de planta. Visto minha melhor cara de samambaia e abstraio.

Mas daí trabalho dobrado depois com as crianças, tanto para explicar o que é o certo quanto para ensina-las a respeitar aquelas pessoas com quem convivemos proximamente e que pensam de forma diferente.

Até eles merecem respeito, senão pelas suas posturas diante do preconceito (de todos os tipos) ao menos pelo que representam para nós e nossa família, pelo amor e amizade que têm por nós e pelo tanto que nos ajudam. Acabam sendo bons exemplos de que mesmo discordando ferrenhamente do que pensam e de sermos todos tão diferentes, todos merecem respeito. Podemos não concordar com o outro, podemos até não gostar do outro, mas respeito é devido à todos.

Quanto ao caso Marielle, é mais um entre tantos. Emblemático por tudo que ela representa, mas infelizmente mais um. Quanto mais uma mulher se empodera, mais ódio ela atrai. Essa era muito empoderada e ajudava outras a também conquistar empoderamento.

Precisamos continuar a falar sobre isso, a gritar nossa indignação. Por Marielle e por todas as outras mulheres que ousaram desafiar os poderosos, sejam eles políticos, ou “apenas” um namorado ciumento. Todos aqueles que querem calar a voz das mulheres, principalmente de mulheres como Marielle.

E precisamos ensinar nossas filhas a se defenderem, mas também a não ter medo. O medo nos encolhe. Não sei vocês, mais jovens e já mais tempo esclarecidas, mas eu já passei tempo demais encolhida.

Explore mais

blog

Ver alegria e esperança

Ver alegria e esperança… Depois de um tempo, os traumas cicatrizam, mas a tristeza não respeita calendário. E, quando a gente menos espera, reaparece num

blog

Nova jornada

Uma nova jornada… você está prestes a ler o meu relato de como foi receber o diagnóstico de Esclerose Múltipla. Depois do pesadelo, um belo