Cachaça não é água não.

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Olá meus amigos, tudo certinho com vocês? Comigo está tudo bem.

Estive relembrando um assunto que converso sempre com meu doutorzinho desde a primeira consulta até hoje.

Bebidas alcoólicas na esclerose múltipla.

Sempre vejo nos grupos que acompanho, essa discussão e acredito que como tudo em nossa vida, é uma questão de escolha quando não é uma restrição.

Bem, vou contar um pouco da minha história quanto a esse assunto.

Como já disse aqui pra vocês, no post https://amigosmultiplos.org.br/post/562/quero-ser-compreendida

Sempre fui uma menina de curtir muito a vida social e junto à ela, umas biritas…..rs

Demorei para começar a beber, já era maior de idade e sabia o que estava fazendo. Tomei alguns pileques nessa vida.

Na época da procura do meu diagnóstico, não fazia a menor ideia do que poderiam ser aquelas sensações tão estranhas. Até que me vi um dia cega, sem conseguir enxergar. Então veio a confirmação da EM.

Nesse momento, precisei fazer uma pulsoterapia com corticóide e ciclofosfamida, um quimioterápico, o que era extremamente proibido o uso da bebida alcoólica, e o momento "trágico" nem me dava vontade.

Logo em seguida, que a pulso foi suspensa, para continuar com o sistema imune suprimido e seguir o tratamento com o Copaxone, iniciei o Azatioprina que também era proibido bebidas alcoólicas.

Esse foi um início muito difícil do meu tratamento, porque tive dois surtos no mesmo olho e meu médico estava muito preocupado com esse começo, que tive uma explosão de surtos. Me lembro que foi bem estranho.

Bem, mas depois de tudo mais calmo, surtos controlados e o tratamento encaminhado, passei por uma consulta de rotina onde aproveitei para tirar todas as dúvidas e uma delas era se iria poder beber. E então ele perguntou: – o que você gosta de beber?

Respondi com receio: – vodka.

E ele continuou: – ah tá, uma dosinha?

Aí meu marido Baby, bem honesto, vira pro meu doutorzinho e diz : – Sete Dr.

E ele falou, empurrando sua enorme cadeira para trás, sete?

Quando olhei para ele, vi que quase caiu da cadeira, pelo susto que o Baby lhe deu.

Respirou fundo e me explicou, que com o antidepressivo que uso, provavelmente não iria me sentir muito bem se tomasse sete doses de vodka. Mas se eu tivesse limite para beber, não teria problema.

Porque o maior problema dessas bebidas é o funcionamento do fígado e o mesmo ocorre com os medicamentos para esclerose múltipla, a maioria deles são processados pelo fígado, por isso a necessidade de controle com exames de sangue.

No entanto, com o Copaxone não corria esse risco.

Assim foram meus sete anos com o Copaxone. Ganhei uma confiança tão grande nele que nunca me privei de nada.

Fazia todas as aplicações diariamente sem esquecer de nenhuma, seguia as recomendações do médico à risca e permaneço assim. Apenas agora com um comprimido diário também e alguns cuidados a mais.

Quando iria iniciar o Gilenya, meu doutorzinho me terceirizou pro seu colega pois estava numa pesquisa fora do país, então perguntei ao Dr Rodrigo se havia alguma restrição com esse remédio. E a resposta sendo negativa, fiquei tranquila.

Porém, quando estive com o doutorzinho quis saber se havia algum tipo de risco, do fingolimode com bebida alcoólica e perguntei: ,- Dr se eu beber um vinhozinho com o Gilenya tem problema ?

Quanto seria desse vinhozinho?

Procurei chutar no mais alto que já bebi.

Uma garrafa Dr.

Não, pelo amor de Deus! Você vai me ligar falando Dr tô com uma tontura, tá tudo rodando. Seu pai vai ficar preocupado e você vai estar alcoolizada e não em surto…hehehehehe

Entendeu né ?

Bem, pra bom entendedor meia palavra basta.

Agora não podemos deixar de analisar os efeitos da bebida em quem tem EM. Ou seja, se você tem sensibilidade ao calor procure não beber nada que esquente muito o seu organismo, qualquer tipo de bebida alcoólica esquenta, portanto os que têm teor alcoólico mais elevado, parece se adaptar melhor aos nossos sintomas no frio. Já no calor, os sintomas exacerbam e aquilo que seria um prazer, vira um mal estar geral.

Pra quem curte essa vida social, de sair com amigos, comer, beber, dançar deve conversar com seu médico e saber se não há alguma restrição com a bebida alcoólica e os medicamentos que utilizam.

O mais importante é fazer tudo com muita responsabilidade, sabendo que tudo que é exagero, não faz bem pra ninguém, imagine pra nós.

Bem, meus queridos amigos múltiplos, deixo vocês aqui, fazendo um brinde à nossa saúde!!!

Tim, Tim…

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