Diagnóstico em 3 dias

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Você está prestes a ler o relato de Gleice Menezes Fidencio sobre seu diagnóstico de Esclerose Múltipla. Boa leitura!

Recebi meu diagnóstico no dia 03/01/2024, durante uma viagem para a Europa.

O que aconteceu antes do diagnóstico?

Comecei a me sentir muito mal, com fortes dores no lado direito da cabeça e visão muito embaçada. Como estava muito frio, imaginei que pudesse ser uma gripe forte. No entanto, no dia 01/01/2024, acordei completamente sem visão no olho direito e com muita dor. Foi então que falei para o meu marido que algo estava errado e fomos para o hospital.

Lá, permaneci internada, realizando inúmeros exames de sangue, ressonâncias e até uma punção lombar. Após todos esses exames, no terceiro dia internada, recebi a tão temida notícia: estava com esclerose múltipla. Naquele momento, meu mundo desabou.

Eu mal sabia o que era essa doença; apenas sabia de sua existência. Receber esse diagnóstico em outro país foi completamente apavorante.

Recebi o diagnóstico, e agora?

Fiquei internada por quase uma semana fazendo pulsoterapia. Ao retornar ao Brasil, fui diretamente me consultar com uma especialista na doença para começar a entender como seria meu novo “normal”. Fiquei internada novamente para mais exames e medicações, buscando recuperar minha visão.

A vida após o diagnóstico

Hoje, minha visão está muito melhor. Ainda não voltou 100%, mas tenho esperança.

Em maio, tive um novo surto. Desta vez, na perna, mas estamos evoluindo bem.

Receber meu diagnóstico em apenas três dias foi algo que surpreendeu a todos, pois aqui no Brasil pode levar meses, o que muitas vezes resulta em sequelas permanentes. Ao chegar no Brasil, o maior problema que enfrentei foi o acesso à medicação para meu tratamento, que é de alto custo e foi negada pelo meu plano de saúde.

Como advogada, tive que entrar com uma liminar para conseguir o fornecimento da medicação, que só comecei a tomar em abril. Acredito que esse atraso contribuiu para o novo surto que tive.

Agora, quero e vou abraçar essa causa. Quero alcançar o máximo de pessoas possível, informando que temos direitos e que a nossa dor é algo muito complexo.

Só quem vive essa condição realmente consegue compreender o que sentimos, pois, para quem nos vê, parecemos estar bem. Esse é um pedacinho do que passei e estou passando nos últimos cinco meses, mas tenho fé que tudo vai ficar bem.

Confira mais relatos como esse na nossa live de Dia Mundial da Esclerose Múltipla, realizada em 28 de maio de 2024.

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