A resiliência é uma capacidade fascinante que nos permite retornar à nossa forma
original depois de enfrentar grandes desafios. Esse conceito se revela principalmente
diante de diagnósticos desafiadores, como o da Esclerose Múltipla. Porém, ser
resiliente nem sempre é um processo fácil; muitas vezes, envolve solidão.
Quando recebi o impacto do meu diagnóstico de Esclerose Múltipla, além de buscar
informações, procurei conexões. Queria conversar com outras pessoas que estivessem
passando pelo mesmo momento, enfrentando desafios, angústias, medos, dúvidas e
dores semelhantes. Alguns desses contatos iniciais foram realmente importantes para
que eu me reconhecesse como a mesma pessoa, mas com uma característica nova e
importante que me acompanharia pelo resto do caminho. Outras – múltiplas – conexões
se tornaram verdadeiras amizades, entrelaçando-se em minha vida de maneira tão
profunda que se tornaram parte de mim.
Agora, aqui no Rio Grande do Sul, estamos vivendo outro momento desafiador: a
catástrofe gerada pelas enchentes sem precedentes que arrasaram municípios inteiros,
deixando um rastro de destruição, lama, perdas e desamparo em todo o nosso estado.
Assim como um diagnóstico, essa situação também nos acompanhará por um longo
tempo e exigirá ainda mais resiliência.
No entanto, não me sinto sozinha. As conexões que o diagnóstico de Esclerose Múltipla
trouxe para a minha vida estão presentes, trazendo conforto e ajuda de todos os tipos. E
novas conexões continuam a se formar, o que me leva a concluir que são em momentos
adversos como esses que reavaliamos a vida, nossa trajetória e nos conectamos com o
que realmente importa.