Neste mês de novembro, enquanto ainda estava convalescente de meu último surto, pintei minha casa.
Isso mesmo, euzinha pintei minha casa. Não toda (ainda), mas os 3 quartos ganharam pintura nova e fui eu, praticamente sozinha, que pintei.
Tive ajuda do marido, que começou os trabalhos e me ajudou arrastando os móveis e colocando fita pra proteger o roda forro. Mas a pintura fui eu que fiz.
Aí você me pergunta: como alguém que passa a vida reclamando de dor aqui e ali, de fadiga e etc, pinta paredes sozinha? Vou contar.
Em primeiro lugar, um agradecimento especial ao santo padroeiro das malucas e inventor do cabo extensor. O tal cabo diminui muito o trabalho (e o cansaço que vem com ele), uma vez que a gente não precisa ficar subindo e descendo escadas, nem se abaixando pra pintar a parede toda. Facilita muito!
Tive toda essa trabalheira porque era na minha casa, podia descansar, parar, dormir e até desistir se quisesse. Além do mais, pude economizar uma graninha. Tive ajuda com os móveis, e com o preparo da tinta e dos ambientes. Trabalhei um dia, parei outro e assim por diante. Fiquei muito cansada, parei inúmeras vezes para descansar, senti muita dor nas costas. À noite, chorava de dor. Sei que não posso forçar a barra dessa maneira toda hora. Mas no fim, o resultado foi compensador.
Também não foi um trabalho com a pretensão de ficar profissional. Foi mais para limpar as paredes que eram todas desenhadas pelas crianças. Sério gente, TODAS as paredes da minha casa são desenhadas, em toda sua extensão, do meio pra baixo. As crianças fizeram desenhos de lápis coloridos, giz de cera, hidrocor, tudo! Começaram com um risco aqui, outro ali e quando a gente viu, tinha rabiscos em tudo.
Ainda me falta pintar as portas, também todas cheias de “arte” e o corredor e também me livrar de toda a tralha que separei para me “desapegar”. Mas pelo menos os quartos estão renovados. E meu espírito também.
Essa trabalheira toda, esse esforço além dos meus limites e o gosto de ver tudo bonitinho, me renovou as forças, não as do corpo, mas as da alma. Aquela força interna que impulsiona todo o resto, foi recarregada!
Novamente precisei parar. Já fazem alguns dias que estou de “molho”, primeiro para recuperar as energias, que são poucas e foram quase extintas com essa empreitada, depois porque peguei uma boa gripe que me derrubou de vez. É meu corpo me dizendo claramente que exagerei e preciso de um descanso.
Qual a razão de eu contar esse acontecimento banal da minha vida cotidiana pra vocês? Porque essa banalidade foi importante pra mim, pra minha autoestima, pro meu bem estar, pra minha qualidade de vida. Porque tenho dificuldade em fazer coisas pequenas, detalhadas, mas com um pouco de esforço consigo fazer um trabalho mais bruto. Porque minha casa, meu lar, minha família são todo o meu mundo e deixar ele um pouquinho mais arrumadinho me faz muito bem. Espero agora ter forças para terminar o que comecei. Posso demorar um pouco, mas vou conseguir!
Esse é o meu projeto de final de ano. Pra começar 2017 com novos ares!