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Olá queridos, tudo bem?

Minha querida amiga Bete, blogueira aqui da AME, escreveu um post em seu blog pessoal intitulado “E o direito à saúde, o que foi feito dele?” onde ela fala sobre o nosso direito constitucional à saúde confrontando com o que nos acontece na realidade.

Aproveitando o assunto, me veio à memória alguns sentimentos que tive durante o nosso encontro de blogueiros em agosto.

Na ocasião, ouvi durante as palestras, falarem sobre como devemos participar ativamente do nosso tratamento, acatando o que nosso médico nos determina, mas sendo críticos, opinando principalmente quando não nos adaptamos à ele.

Também ouvi sobre nosso direito à uma segunda opinião, consultar um outro médico antes de decidirmos qual tratamento fazer, ou no caso de nosso médico não estar sendo receptivo às nossas opiniões, queixas e dúvidas.

Sem falar no tal atendimento multidisciplinar: médicos de diversas especialidades atuando em conjunto para nos dar um tratamento mais amplo visando uma melhor qualidade de vida.

Os sentimentos que tive foram de incredulidade, dúvida, frustração.

No primeiro quesito que citei, já passei dificuldades pra por em prática. Me trato pelo SUS, num hospital-escola. Sou atendida geralmente por residentes, cada vez um diferente, que não me conhece e, ou me atende com insegurança, ou tenta me empurrar goela abaixo seu “conhecimento”. Por sorte, sempre que peço, o médico “oficial” me atende e a gente se entende.

No segundo quesito, não é meu caso pois gosto muito do meu neuro, confio nele, mas se eu quisesse em algum momento uma segunda opinião eu teria que voltar ao posto de saúde mais próximo da minha casa, consultar com um clínico, pedir um novo encaminhamento justificando meus motivos e rezando para que ele os acate, esperar por meses para essa nova consulta me arriscando a perder meu vínculo com o médico anterior e caso queira continuar com ele, ter que refazer todo esse processo. Isso acarretaria uma demora de meses, provavelmente até mais de ano, para que eu pudesse decidir algo. É um processo inviável.

E o terceiro quesito, o atendimento multidisciplinar, é pra mim uma utopia, um sonho distante. Nos primeiros anos do meu tratamento, no caso de precisar de um outro especialista, meu neuro me encaminhava direto. Era preciso esperar um bocado, mas eu conseguia atendimento no próprio hospital, facilitando assim a comunicação entre especialistas caso fosse necessário. Agora isso não é mais possível. Cada novidade que me aparece, tenho que fazer todo aquele processo acima. Levando em consideração o fato de que na cidade onde moro quase não há especialistas atendendo pelo SUS, tudo é muito complicado e demorado.

Outra questão contra a qual me debato é que, ao contrário do que o próprio ministério da saúde prega em campanhas veiculadas nos meios de comunicação, os médicos dão pouca ou nenhuma importância para prevenção. Você faz uma queixa e recebe aquele olhar que diz “vai lavar um tanque de roupa minha filha”. Mas se você deixa passar até que a coisa se agrave um pouco, recebe uma crítica séria por não ter procurado um médico antes.

A realidade de quem tem plano de saúde e de quem depende do SUS é muito diferente. E aí repito o questionamento da Bete: quando nossa realidade será igual ao que diz a lei? A quem devemos recorrer?

Esse é um direito que já temos, está assegurado em lei, mas que não funciona na prática. Devemos lutar por ele.

Assim como fizemos com a consulta pública sobre a exclusão do Avonex, devemos nos unir. Usar dos meios que cada um possui: blogs e redes sociais para divulgar, associações para reivindicar e assim por diante. Mas nossa principal arma é a união.

“Nenhum de nós é tão bom, quanto todos nós juntos.”

 

#JuntosSomosMaisFortes.

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