Depressão Pós Viagem

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Olá, Amigos Múltiplos!

Olha eu aqui de volta…

Demorei um pouquinho porque depois que voltei de viagem precisei retornar à casa interna. Estou dialogando com a depressão e negociando com ela sobre as atividades físicas que eu preciso retomar. 

Durante a viagem, fui diminuintdo, por minha conta e risco, a medicação até que tirei de vez. Tive os sintomas clássicos de quem faz a retirada da medicação: enjoo, dor de cabeça, tonteira, fiquei agressiva, chorona, com uma alegria fora do normal, uma tristeza avassaladora, dor no corpo, dor no peito – tudo isso junto! Mas não tive a "vontade de morrer" que sempre me acompanhava quando eu tentava ficar sem ela. Como estava em uma atividade física diária, constante e severa, achei que a diferença pudesse ser essa! E eu estava certa. Ao retornar, minha rotina não é nem de longe a mesma que eu levava na Espanha. Não caminho os 25km diário – no máximo 10km e assim mesmo isso foi no início. Não demorou muito para a minha depre me sinalizar que eu preciso retornar com as pílulas da alegria. Vocês podem dizer: "Ah, Claudinha, ao invés de voltar com a medicação, caminha os 25 km/dia. Não dá, gente! Lá eu só fazia isso e quando chegava no albergue era comer e apagar! A rotina aqui é muito diferente. Tenho uma casa para cuidar, ajudo minha mãe nos cuidados com meu pai, tenho cachorro, blogs para escrever, livros para ler, amigos para interagir, enfim, uma vida normal, como qualquer outra pessoa. Conviver comigo sem medicação é desumano para quem está ao meu lado – eu sei que preciso da venlafaxina! 

Sobre a viagem… bem… foi demais e eu falarei sobre ela, em breve, no Guia do Viajante Esclerosado! Ano que vem tem novamente, mas em outro percurso! Aguardem…

Escolhi uma foto que tirei entre Palas del Rei e Ventas de Narón (não lembro o nome do pueblo). Na parada tinha uma capela e dentro dela um senhor, cego (não lembro o nome dele), que cuida de deixá-la sempre em ordem para nos receber. Ele me emocionou muito porque fez questão de que euzinha aqui badalasse o sino – no meio de um monte de gente ele me "enxergou"! Realmente, além de eu falar com propriedade de que é possível enxergar com olhos do coração, eu fui tocada pelos "olhos do coração alheio". Demais, não é?!

Amanhã é dia de Neurologista e eu retorno com novidades do tratamento que me coloca saudável no mundo! 

Até breve!

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