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Fui pega de surpresa pela Esclerose Múltipla. Ela veio num dia de sol qualquer, uma tarde cansativa, depois de muito trabalho.

Eu realmente estava cansada, mas feliz porque havia ido ao banco resolver algumas coisas do maior sonho que realizei: a compra da minha casa própria. Mas eu não estava bem… me senti estranha naquele dia, havia algo errado comigo. Lado direito formigando, tontura, vertigem e muita, muita fraqueza…

Cheguei em casa e não passou. Então pensei: “é só mais um dia estressante, é psicológico”. Mas não, não era… era a esclerose múltipla me dizendo que estava ali, que havia me escolhido, dentre milhões de pessoas.

No dia seguinte, fui ao hospital bem cedinho. Não consegui trabalhar. Lá, eu fiquei quase 10 dias, quando foi concretizado que a minha vida ia mudar por completo a partir dali.

De fato, muita coisa mudou de lá pra cá!

Hoje, consigo ver que ela não conseguiu acabar com a minha vida, mas os desafios de conviver com ela são diários. Nem sempre dá pra ser positivo e ver o lado bom. Às vezes, é necessário a revolta, botar pra fora aquilo que te corrói por dentro.

Mas lembrar que o sorriso também é um antídoto de força! Que o choro pode durar uma noite, mas a alegria é necessária no dia seguinte.

“Eu costumava achar que eu era a pessoa mais estranha do mundo, mas aí eu pensei: tem que ter alguém como eu, que se sinta bizarra e imperfeita, da mesma maneira como eu me sinto.” Frida Kahlo

Essa frase de Frida, resume muito o que sinto e o que penso sobre a minha atual condição.

Às vezes me sinto deslocada das demais pessoas, não sei se com você aí do outro lado que também convive com uma doença crônica também é…

Me sinto sozinha mesmo rodeada de pessoas, a minha condição é muito particular e só quem passa por ela assim como eu, entende, de fato como é conviver com algo tão peculiar e desconhecido.

Enfim, sigo nessa jornada nada “normal”, mas afinal, quem é normal hoje em dia não é mesmo?

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