jose vargas bazan

Como diz o Poeta, "Eu não sou besta pra tirar onda de herói". Mas devemos admitir que a vida nos dá episódios que vale a pena notar. Todos, sem exceção, carregamos a nossa particularíssima novela. Nem sempre com fatos heroicos ou amores shakespearianos, mas uma novela no fim das contas. Em 2012, vim para São Carlos, SP, para fazer o doutorado, que concluí, entre mortos e feridos, em 2017. Após dez anos com a doença, já tinha sequelas na deambulação e na visão. Nesta cidade, também conheci a minha noiva. Como se a minha vida já não tivesse suficiente folclore, ela é da longínqua Bósnia e Herzegovina. Aos sopapos, vou aprendendo do que se trata a vida. Mais ainda, a vida com esclerose múltipla. E mais ainda, a vida na América Latina, este imprevisível e apaixonante "Extremo Ocidente". Embora nem sempre pacificamente, mas todas as raças se encontraram nestes cantos. Irmanam-nos problemas tão sérios como as ditaduras, a corrupção, o racismo e as brutais desigualdades sociais. Mas há um "je ne sais quoi" entranhável neste subcontinente tropical. E se bem daqui são personagens como Videla, Pinochet ou Fujimori, daqui também são Cantinflas, Jorge Luis Borges, Víctor Jara e Tom Jobim. A vida também é assim. Quer dizer, tem que ser assim. Tem suas amarguras, mas também suas compensações. Então, apesar dos contratempos, "vida que segue", como dizia o grande João Saldanha.

Sarajevo, para além de toda pena

Uns meses atrás, visitei a bela Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina. Andando pelas ruelas e ruas da velha cidade dos Bálcãs, recordei, algo entristecido, um dos meus passatempos juvenis perdidos: caminhar pelo centro histórico das cidades. Na minha adolescência ou na minha primeira juventude, costumava andar interminavelmente pelo centro de Lima ou do Rio …

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Rock and roll is the answer

Pode ser um clichê, mas aceitemos que a música está sempre presente nas nossas vidas. Para fazê-las menos triviais. Para pertencer a um grupo, um país, uma geração, um movimento revolucionário. Para, pretensiosamente, transcender. Quantos já sofremos das febres epidêmicas da lambada, do bolero, do cha-cha-chá, do foxtrot e, alguns menos ortodoxos, do axé ou até do …

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