Olá amigos múltiplos!
Tanta coisa têm acontecido e nada do ano acabar… Mas falta pouco!
Hoje quero compartilhar com vocês o meu desmame do antidepressivo, que já uso faz muito tempo… nem sei precisar quanto! Logo que ele chegou em minha vida e começou a fazer efeito – cerca de uns 10 dias depois, aproximadamente – eu pensei: como assim eu vivi sem isso por tanto tempo?! Pensem numa pessoa mal humorada, que vivia com o pé na porta pronta para briga, que comprava barulho até de barata voadora, que chorava assistindo sessão da tarde, Chapolin Colorado, e que para entrar em banco fazia questão de ir como se fosse carro elegórico de escola de samba só para ser parada pelo guardinha e criar tumulto. Ah… ia esquecendo… quando a coisa não saia como eu imaginava, eu rasgava tudo, deletava o que já havia feito e começava do zero, mas tipo: eu só tinha um dia para terminar, por exemplo, um projeto que demandava uns 6 meses… Até que chegou o dia que eu avancei no motorista de uma linha de ônibus carioca, em plena Av. Presidente Vargas, bem tarde da noite, depois de dar uma aula onde eu esqueci o tema da aula e contei com a colaboração dos alunos que se solidarizaram comigo naquele momento – sim, a aula aconteceu! Criatividade nunca me faltou. Depois desse dia, me transformei em um ser inanimado; chorava dia e noite, não tinha disposição para nada – nem para brigar, que era uma das coisas que eu fazia de melhor (aff… que horror). Pois é, gente… fui derrubada pela depressão. Ela até avisou que estava chegando… mas eu não soube ler os sinais… Ela veio com força! De lá pra cá, depois que a medicação começou a fazer efeito, até o processo terapeutico ganhou força e eu fui na direção da minha transformação. Passei a ser a maior defensora dessa medicação especificamente. A tratava como o maior presente que a ciência já tinha me proporcionado. Até que chegou o dia em que a minha médica perguntou se eu não achava que estava na hora de ir diminuindo a dose para chegar ao ponto de ficar sem ela. Isso… de cara limpa! Gente… muita calma nessa hora… Etava chegando ao fim uma amizade longa entre mim e o antidepressivo – aquela pílula que me ajudou a reencontrar o meu lugar no mundo. E o medo de voltar a ser aquela pessoa agressiva, descompensada, irritadiça, pavio curto, novamente?! Pois é… Essa pessoa não sou eu! Eu estive assim, só isso. E estive assim porque estava doente. Sim, eu estava doente… D O E N T E! Com D E P R E S S Ã O. A EM me deixou esse legado para eu lembrar que o equilibrio é fundamental para que eu tenha uma vida bacana!
Desafio aceito e cá estou, fim de ano, com uma dosagem bem baixinha de uma medicação que um dia me ajudou a retomar a paz que fugiu de mim. Não me imaginava sem ela… e hoje eu estou prestes a vivenciar esse momento… quase orgástico! A pergunta que me faço agora é: até quando? E eu mesma respondo: só por hoje!
Feliz ano novo para você que se permitiu usar uma medicação eficiente quando precisou dela! Depressão é doença e precisa ser tratada.
P.S.: Além da medicação eu sempre pratiquei atividade física
P.S.2: Não existe medicação milagrosa. Tudo depende do conjunto de atitudes que tomamos diante da vida
P.S.3: O meu tratamento foi composto e acompanhado por terapeuta, neurologista e professor de educação física
P.S.4: Na minha vida, o que vem fazendo a diferença é a determinação – não desistir diante do primeiro desafio e acreditar nos profissionais que estão envolvidos no processo é fundamental!
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