Hello people!
E aí, como vão vocês?
Lembram que falei no meu post de ano novo sobre mudanças de rumos? Pois é, tá tendo. Mas apesar da disposição e determinação, é um processo lento. Alguns hábitos estão tão enraizados em nós que é difícil arrancar fora de vez, é preciso podar um pouco antes. Alguns, uma boa poda já resolve, mas também é gradual, com cuidado, pra não passar do ponto. Mas tem outros que não dependem só da gente e aí o bicho pega.
Boa parte das coisas que não dependem só de mim, dependem de dinheiro ou pertencem a algum “sistema”. Nosso sistema de saúde que foca na medicação de sintomas e não na prevenção de doenças. Medicações que visam “alívio”, nunca curas, e nos tornam ainda mais dependentes desse sistema doente.
Médicos que se julgam o próprio Deus, que não aceitam ser questionados, que exigem que lhes tratem com um respeito que não merecem e não sabem dar em troca. Se for do SUS então, te olham com desprezo, te tratam com deboche e se você se mostrar menos ignorante do que ele te julga, aí mesmo que tu tá ferrado, porque ninguém pode ousar dizer a eles o que fazer.
Também sempre me incomodou o fato de se fazerem inúmeras campanhas em larga escala visando a prevenção de doenças (justo aquilo que mais nos falta), mas se você chegar num consultório do SUS falando em prevenção o médico só falta te expulsar! Se você tem um sintoma mínimo que possa significar algo e pede pra fazer algum exame eles dizem que tu tá procurando pêlo em ovo e te mandam embora.
Sem falar na falta de apoio e investimento em pesquisas de terapias “alternativas”, em tempos que os lucros da indústria farmacêutica chegam à estratosfera.
O próprio governo, investe (?) em postos de saúde, médicos, medicamentos (inclusive os de alto custo), gasta fortunas em publicidade com campanhas de prevenção baseada unicamente em “em caso de sintomas, procure um médico” que não vai te atender e rir da tua cara e em realização de exames que detectem o mais cedo possível o início das doenças e que muitas vezes não conseguimos fazer cedo o suficiente porque há enormes filas de espera, de anos até. Espero por uma ressonância no hospital de clínicas há dois anos e ainda não foi sequer agendada. Enquanto isso, falta saneamento básico, origem de muitas doenças inclusive favorecendo a proliferação de mosquitos como o da dengue e zika que trazem graves consequências à saúde da população e gastos para o setor público.
Tenho uma arritmia cardíaca há anos, mas só consegui comprovar durante uma crise violenta em 2011, porque fui levada à um PA particular e me fizeram um eletro em plena crise. Porque já tinha ido ao médico muitas vezes me queixando disso, mas não sabia explicar direito e como precisava marcar com antecedência tanto consulta quanto exames e no dia marcado a crise sempre já tinha passado, passei por histérica inúmeras vezes e podia ter morrido nessa crise intensa porque não tinha a menor ideia de não podia tomar diurético sem um certo cuidado, já que minha arritmia é causada por baixa de potássio. Hoje em dia sei, que se precisar tomar diurético, preciso comer bananas pra manter o potássio estável e não desencadear uma crise. Que se tiver uma câimbra no dedinho, preciso comer bananas porque meu potássio está baixo e evitar uma crise.
Dá pra notar a diferença? Entre comer uma fruta para evitar um problema e tomar um remédio para a mesma coisa? É óbvio que a solução nem sempre é tão simples, mas se a tal prevenção realmente funcionasse, se o governo tivesse interesse em realmente gastar menos com a saúde, o caminho teria que passar obrigatoriamente por saneamento básico, educação para a prevenção baseada num estiolo de vida saudável, em hortas comunitárias e acesso mais fácil e barato à alimentos orgânicos (um pacote de bolacha recheada custa menos de R$ 2,00 e se acha em qualquer boteco de esquina, mas brócolis custa o dobro, se for orgânico custa quatro vezes mais caro e se vire pra encontrar, tem que ser até meio ninja), com o atendimento em saúde à famílias carentes sendo feito antes das doenças, baseados na verdadeira prevenção que não consiste em fazer exames precoces para detectar doenças – embora isso seja imprescindível também – mas em levar um estilo de vida, desde o ventre materno que nos permita sermos mais saudáveis.
Vejam bem, não sou contra médicos e remédios, inclusive gosto muito do meu neuro que me atende pelo SUS. Sei que muitas vezes eles são necessários e cumprem seu papel, mas muitas doenças podem ser evitadas e até tratadas de forma mais natural. Sairia certamente mais barato.
Mas enfim, apesar dessas dificuldades, a gente vai se virando. Apesar de não estar fazendo dieta com o intuito específico de emagrecer, as mudanças na minha alimentação já me renderam uma redução de peso. Minha alimentação ainda tá longe do ideal, mas já tá muito melhor. E devagar, devagar, devagarinho, a gente vai se modificando.