Pedir ajuda exige coragem. Quando falamos, lemos e ouvimos falar sobre a conscientização da saúde mental, muitas vezes a comunicação fica confusa. Existem mensagens e palavras enviadas apenas com o recado: Cuide de sua saúde mental. O perigo encontra-se em como podemos (e eu me incluo nessa!) realizar esta comunicação sem provocar no outro a culpa por estar “desleixado” diante de algo tão sério.
Atingir alguém não se dá apenas pela maneira presencial, pois as mídias sociais exercem um poder sobrenatural nas pessoas. E você já parou e pensou na situação em que essas pessoas se encontram? Vivendo em ambientes abusivos, tóxicos, complicados? E os “recados” bonitos e coloridos – como se fosse fácil, de uma hora para outra, tudo mudar de cenário com uma frase? Tornam-se presentes em maior intensidade por 30 dias consecutivos.
Esse mês do #SetembroAmarelo tem me levado a uma reflexão profunda e madura diante da grandiosidade que ele significa. Antes de sair por aí repostando, indicando leituras, “coaches” em vez de profissionais sérios, fórmulas mágicas para estar bem, penso como é necessário olhar para dentro de si. Antes de tudo, é preciso olhar para os lados e perceber o quanto custa caro viver em uma sociedade adoecida, o quanto nos tornamos vulneráveis a todo momento.
Ou seja, saúde mental passa por políticas públicas. Nesse sentido, educação e letramento adequado sobre exercer a cidadania de forma empática e sem julgamentos diante de situações humanamente degradantes (nas quais o abandono social é gritante) pede socorro e não podemos romantizar o tema central que é a Prevenção ao suicídio e promoção da Saúde Mental.
Não se esqueça: Pedir ajuda exige coragem
Não podemos esquecer que o ser humano vive em grupos familiares, de trabalho, de igrejas, de esportes, comunidades afins e diversas, as quais podem trazer qualidade de vida tanto quanto serem altamente abusivas. Enfim, ambientes que não nos encaixamos são um perigo diário.
É válido e muito importante fazer com que em nossas falas possamos enxergar por onde circulamos, com quem estamos interagindo e estimular quem está ao nosso lado a olhar com atenção para esta situação.
Minha mãe já dizia: você não é todo mundo! E ela estava certa! É preciso, antes de passar por angústias, perceber o que realmente importa e quem realmente importa para seguir a jornada. Então nunca esqueça: Para que a saúde mental seja abalada, basta você sentir que não se encaixa em certos lugares. Basta que você não tenha o acolhimento e o respeito necessários onde você seja obrigada – por N circunstâncias – a continuar lá.
Buscar socorro é um sinal de coragem. Aderir à causa de maneira leve e com o pé fincado no chão vai te ajudar e ajuda o próximo.