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Envelhecer é um processo biológico muito natural. No entanto, para nós humanos, esse processo se torna difícil e por vezes doloroso.

Eu vivo falando que estou ficando velha, porque é uma constatação do inevitável e repetir isso em voz alta faz com que essa realidade seja melhor assimilada.

Nem todo mundo envelhece da mesma maneira, quem cuida da saúde desde cedo, tem maiores chances de uma velhice saudável e com menos percalços, mas se cuidar não é garantia porque a vida é um eterno imprevisto.

Além dos problemas de saúde que o envelhecimento trás, há as dificuldades de aceitação, mesmo com boa saúde o declínio da beleza física padrão é um problema cada vez maior na nossa sociedade e a preocupação com a beleza e a busca por padrões inatingíveis causam cada vez mais transtornos mentais tornando todo esse processo ainda mais difícil.

Eu até acho que estou levando numa boa. É preciso se dar conta de que o tempo deixa suas marcas não importa o que se faça. E aprender a conviver com essas marcas, ter a consciência de que cada marca tem seu significado.

Mas o mais difícil da velhice não é ir se dando conta pouco a pouco do nosso próprio envelhecimento, mas acompanhar as pessoas que amamos sofrendo seus efeitos. Meus pais já estão na metade dos 70 e já apresentam algumas dificuldades próprias da idade, mas ainda estão bem fortes. Já meus sogros entraram na casa dos 90 e o peso dos anos já arca muito seus ombros.

É difícil vermos pessoas que até outro dia eram bem lúcidas e fortes irem perdendo a batalha contra o tempo, observar seu declínio cognitivo, ficando cada dia mais confusos, dependentes e frágeis.

É difícil ver a dor dos filhos, tendo que inverter os papéis e cuidar de quem sempre cuidou deles, a dificuldade que cada um tem de assumir seus novos papéis, a dificuldade em aceitar ajuda, a dificuldade em saber ajudar sem magoar, a dificuldade em chegarem a um acordo sobre o que deve ser feito e como. É uma luta. Só o que salva essa gente toda é o amor que sentem uns pelos outros

Pra mim é um pouco mais fácil compreender todos os lados dessa situação, talvez porque mesmo fazendo parte da família há quase 25 anos, eu não sou filha. Talvez porque já tenho minhas experiências com a EM, que muitas vezes se assemelham com essa situação.

E mais uma vez, a informação faz toda a diferença. É nítido como todos os envolvidos têm níveis de informação diferentes, níveis de entendimento diferentes. E isso em nada tem a ver com educação e cultura, mas está muito ligado às crenças de cada um. Buscar conhecimento e entendimento é o básico para enfrentar tudo com mais serenidade.

Por isso tudo vejo o quanto é importante o trabalho da AME e de outras associações do gênero, que nos trazem informação, dicas e tudo mais que a gente precisa para viver melhor, seja referente à EM ou a qualquer outra situação de saúde. Informação é de longe o melhor remédio.

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