Desventuras em série – Viajando para consultar.

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Hoje vou contar um pouquinho do que é ter que viajar para cuidar da saúde.

Lembrando que o que eu relato aqui é a minha experiência. Só posso falar daquilo que sei e sobre esse assunto só sei o que eu vivi.

Quando tive o pré-diagnóstico de Esclerose Múltipla e precisei de ressonância magnética para confirmar essa suspeita, tive que me deslocar da cidade onde moro, Cachoeira do Sul, até Porto Alegre, capital do estado. Na época ainda não havia como fazer esse exame aqui. Hoje em dia muitas das coisas que eu só fazia lá, já são possíveis de se fazer aqui, mesmo assim, a base do meu tratamento é feita lá. As consultas, as decisões, alguns exames e a aplicação da medicação são tudo no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

De lá para cá, são 12 anos de viagens, quase sempre usando o transporte da prefeitura. Enfrentei duas gestações, já viajei muitas vezes carregando as crianças, já passei por cada uma!

(leia mais sobre isso no blog do viajante com dicas para quem enfrenta realidade parecida.)

Houve períodos de necessidade de viagens constantes, chegando a 3 por semana. Houve períodos de mais de 6 meses sem precisar viajar. No momento, por conta da medicação, a exigência é uma vez por mês, mas fiz 3 viagens com espaço de 15 dias entre uma e outra por conta de um exame.

Eventualmente já aconteceu de pagar uma passagem e viajar usando o transporte convencional, via rodoviária, mas mesmo que eu tivesse condições de bancar todas as minhas viagens, por conta de alguns horários teria ainda a necessidade de viajar com um dia de antecedência e pernoitar por lá. Com o transporte via prefeitura, eu e outros pacientes de hospitais da capital, saímos da cidade na madrugada para chegar bem cedo e o horário de retorno depende sempre do atendimento de todos que marcaram também o retorno.

As cidades ficam distantes cerca de 200km, mais o trânsito dentro das cidades, tanto aqui nos diversos pontos de “coleta” de pacientes, quanto lá nos diversos hospitais da capital. A viagem (deslocamento) dura cerca de 3 horas. Mas não importa o quão rápido possa ser o período transcorrido entre a partida e o retorno, essas viagens são MUITO cansativas.

Mas as viagens também rendem histórias. Algumas engraçadas, algumas de terror, mas tem sempre uma história. E são essas histórias que pretendo contar numa pequena série. Vem comigo?

 

 

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