Em 2015 fui ao Rock in Rio pela primeira vez. Como não sou paciente de EM e nem pessoa com deficiência, a minha visão sobre acessibilidade era e ainda é um pouco restrita ao meu olhar. Apesar disso, desde o diagnóstico do meu irmão, tenho reparado mais nos perrengues e facilidades que essas pessoas possam enfrentar em locais públicos.
Na edição desse ano, a primeira coisa que reparei quando entrei na Cidade do Rock foi o Lounge PNE. Reparei também no banheiro exclusivo ao lado do Palco Mundo e, como não lembrava de nada disso na edição passada, fui atrás de todas as informações sobre a acessibilidade do evento.
No Louge PNE conversei com o Júlio da Kit Livre, que me disse que esse ano era tudo acessível. E realmente foi, inclusive os brinquedos tinham adaptações para cadeirantes.
A Kit Livre é uma empresa de São José dos Campos que adapta cadeira de rodas para serem triciclos motorizados e elétricos e, no Rock in Rio, foi contratada para alugar cadeiras de rodas motorizadas e disponibilizar cadeiras de rodas sem custo. As motorizadas são gratuitas por 2 horas, depois disso é cobrado um valor de 30 reais por hora. Outra coisa muito bacana: no Louge PNE, a galera da Kit Livre disponibilizava um serviço de reparos às cadeiras de rodas alugadas ou próprias.
No meio desse passeio, abordei a Rafaela Domeni (que ilustra nosso post na foto ali em cima)que, coincidência ou não como ela mesma disse, convive com EM desde 2005. Conversamos um pouco e ela me contou como foi fácil usufruir das facilidades. Logo que chegou, como estava andando com apoio, foi abordada pelo pessoal treinado pela organização do Rock in Rio, que disponibilizou a cadeira motorizadada até o o Lounge. Como 30 reais por hora não é um valor tão acessível, ela optou pela cadeira de rodas normal assim que chegou lá para fazer o cadastro de PNE. Ali também era possível fazer o agendamento da ida aos brinquedos pela fila preferencial.
Como eu disse no começo do texto, não sou pessoa com deficiência, mas fiquei feliz em ver que o evento foi pensado para todos e que contou com a ajuda de quem convive com todas as questões da mobilidade reduzida, o Thiago Amaral, promovendo a acessibilidade com propriedade num evento tão incrível. Uma pena que esse tenha sido o primeiro ano. Uma felicidade também, afinal, antes tarde do que nunca!