Muitas palavras rascunhadas…diversas vezes apagadas! Quase meia hora depois e a tela do computador começa a sinalizar a pouca bateria…
Penso, repenso e nada!
Gostaria de ser mais cronológico e fazer deste meu primeiro post na AME um relato pessoal do meu diagnóstico. Comumente associamos o desabrochar de uma nova amizade à necessidade de dividir nosso primeiro contato com a Esclerose Múltipla, não é mesmo?
Entretanto, como um bom ansioso que sou (se existe bom nisso), prefiro refletir sobre questões mais práticas, como por exemplo: qual é o papel da EM na minha vida? O que a EM me trouxe? Quem sou eu após o diagnóstico?
O tempo passa rápido demais para nos apegarmos a algo que não podemos mudar…e, até que a cura seja descoberta (figas), penso na eficácia de questionar a EM?
Voltando…
Como um filme sem roteiro, gravado no improviso, volto no tempo e comparo o Gustavo de antes com o Gustavo de agora. Sim, “somos pessoas completamente diferentes!”.
A questão é: que mudança EU promovi em minha vida? É aí que entra a EM…
Acredito que toda mudança tenha apenas dois possíveis resultados: mudar para melhor ou mudar para pior! E isso, meus amigos, depende de como nos posicionamos frente às adversidades da vida, dentre elas (mas não exclusivamente) a EM.
Sim, imprevisível como é, a EM nos faz mudar constantemente, mas não é este tipo de mudança a qual me refiro. Penso nas mudanças que promovo em minha vida, em minhas relações interpessoais e naquilo que, de alguma forma, posso controlar (ou melhor, criar expectativas).
“Mas Gustavo, não é normal (e até saudável) criar expectativas para nossas vidas?”
Sim, pensar no longo prazo pode ser muito positivo. Entretanto as expectativas não devem superar o fluxo da vida; e isso é algo muito incerto para que nos preocupemos antecipadamente.
Que tal incluirmos, em nossas expectativas, alguns imprevistos? Somos criados, desde sempre, para o sucesso…pouco refletimos sobre como prosperar, ainda que hajam obstáculos.
Um erro, uma decepção, um surto…tudo isso é obstáculo, e não o fim do caminho…
Prosperar (seja na vida social quanto na vida profissional) não está relacionada à falta de imprevistos, mas sim pelas nossas reações e, principalmente, com a lição que levaremos daquele momento.
É assim que levo a minha vida! Lembrando, constantemente, que, apesar do meu plano (pessoal e profissional) ser em tese, perfeito para mim, uma hora ou outra serei surpreendido…
E surpresa costuma ser coisa boa, não? Então pq sofremos antecipadamente com as possíveis mudanças no curso de nossas vidas?
Proponho três exercícios, e prometo esforçar-me para cumpri-los:
1) Estejamos abertos ao imprevisto.
2) Sejamos mais flexíveis com nós mesmos.
3) Procuremos aprender com as nossas reações e, caso julguemos não ter sido a melhor, estejamos preparados para a próxima chance de colocar em prática nosso aprendizado
Os posts seguintes serão uma constante reflexão sobre as mudanças em minha vida e como a minha reação e minha expectativa são determinantes para minha felicidade! Ser feliz…isso sim vale o esforço!
Todo o resto é relativo, é suposição, é incerto…