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Hello people!

 

Hoje vou contar mais um pouquinho das minhas memórias. Senta que lá vem história!

Quando nos mudamos de perto do Hospital Conceição, fomos morar no Parque São Sebastião. À época, um bairro provinciano, quase uma cidadezinha de interior dentro da capital. Era tranquilo e o conjunto de blocos de apartamentos era novo.

Fomos os primeiros moradores do prédio, alguns até já tinham levado suas mudanças, mas as primeiras pessoas fomos nós. No último dia do ano de 1975. Celebramos o ano novo entre caixas e afins.

Mas logo nos próximos dias, outros moradores se juntaram a nós. Nos primeiros anos, eramos como uma grande família. Todos se conheciam e se davam bem, as crianças brincavam juntas, outras crianças nasceram em épocas parecidas.

A primeira criança a nascer se chamava Letícia. E foi essa história que me levou a colocar esse nome na minha caçula, além do fato do significado de Letícia ser alegria.

A mãe dela chamava-se Angela e morava no apartamento em frente ao nosso. Mudou-se pra lá recém casada. Ela e minha mãe eram muito amigas. Eu tinha 6 para 7 anos e quando soube que ela havia ganho neném, fiquei na expectativa de conhecê-la.

O facebook da época chamava-se “televizinha”, funcionava quase tão eficientemente quanto a internet pra espalhar notícias e fofocas. Quando ficamos sabendo que elas haviam chegado do hospital, corremos para o corredor do edifício.

Lembro desse dia como se fosse hoje. A Angela era uma mulher muito alta e subia as escadas carregando aquele pacotinho minúsculo nos braços. A vizinhança toda ladeava a escadaria assistindo aquela entrada. Ela chorava emocionada e sorria ao mesmo tempo. Se eu fechar o olho, consigo ver claramente o rosto dela naquele dia e sempre choro ao me lembrar dessa cena. Sempre. É uma das cenas mais emocionantes que vivi na infância, provavelmente a primeira grande emoção de que me lembre.

Eu obviamente adorava cuidar dela e a medida que ela foi crescendo brincávamos muito juntas, até eu ficar grande demais pra brincar com ela.

Há poucos anos, nos  reencontramos através do facebook. Eu já tinha a minha Letícia e contei pra elas, mãe e filha, a razão da minha escolha de nome.

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