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Oi gente!

Hoje quero contar-lhes sobre minha mais nova amiga: a Genoveva, Gê para os íntimos.

Genoveva é o nome que eu escolhi para a minha bengala. Depois de muito refletir sobre a real necessidade dela, me rendi a essa nova amizade.

Eu caminho bem sem apoio, não necessito da bengala para poder caminhar. Dentro de casa e em caminhadas curtas nem uso. Mas sinto muita dor, principalmente na perna direita onde tenho desgaste ósseo no quadril causado por anos arrastando a perna dormente e um joelho detonado de tantos tombos. O uso do apoio reduz consideravelmente o impacto e consequentemente a dor. Também reduz a possibilidade de quedas, já que me ajuda muito no equilíbrio.

Desde que comecei a andar com a Gê, percebi que precisava de ritmo para caminhar e postura, ou só me atrapalharia com a bengala. Pois bem, até nisso ela tem me ajudado. Buscando manter a postura para não lesionar o ombro ou o pulso, noto um equilíbrio muito maior do meu corpo e até a minha coluna tem reclamado menos.

Sem falar no aspecto psicológico, não o meu, mas o de quem me vê. Como mágica, as pessoas pararam de me olhar atravessado quando uso a fila preferencial no banco ou no mercado, mais facilmente me abrem caminho e até – pasmem! – me cedem a vez.  Sabe aquela história de que esclerose múltipla não sangra, por isso ninguém vê? Pois é, a bengala acaba com essa invisibilidade.

É claro que também tem o lado chato. Uma mão tá sempre ocupada. Sacolas devem dar lugar às mochilas ou bolsas que podem ser penduradas no corpo, não só pra manter uma mão livre, mas para facilitar o equilíbrio do corpo. A mão que segura a bengala também tem reclamado, quase criando um calinho já.

Outra coisa chata tem a ver com o fim da invisibilidade. A bengala acaba chamando a atenção de quem já me conhece, mas não convive o suficiente para saber detalhes da minha vida e a pergunta sobre o que aconteceu é inevitável. Mas até isso já achei uma solução, dada sem querer por uma dessas pessoas que vieram me perguntar o que tinha acontecido. Ao ver minha hesitação (e talvez minha cara de enfado), o amigo já foi respondendo: “pelo jeito é uma longa história” e eu quase gritei: – É isso! É uma longa história! E essa passa a ser a resposta padrão para quando a preguiça de dar explicações for muito grande.

Então é isso. Essa nova amizade ainda requer adaptação, ainda estamos nos conhecendo. Mas já tem me trazido inúmeros benefícios.

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