EM e Trabalho (Parte 3) – Saúde, dinheiro e mudanças

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Se como diz o ditado “tempo é dinheiro”, nem sempre conseguimos cumprir a equação como algo natural. Às vezes, é necessário escolher um dos lados. Ao Invés de abordar a expressão em uma relação de causa e efeito, talvez devêssemos pensar os dois termos como valores separados, mas de forma alguma indissociáveis. Conjunção, não verbo: tempo “E” dinheiro, não “é”.

Brinco que nessa relação, sempre preferi ter mais tempo do que dinheiro. O que pressupõe uma vida com restrições, mas na qual os bens intelectuais ou espirituais eram mais importantes do que posses materiais. Mas essa é uma escolha individual, há pessoas que preferem o segundo termo dessa equação, em prol de uma maior percepção de segurança e estabilidade. Cada um sabe o valor que lhe é necessário à manutenção da vida e ao cumprimento de nossos objetivos e pretensões. No fundo são escolhas. E fico feliz da opção que fiz e dos bens imateriais que obtive. Afinal foram eles que moldaram meu caráter e me fizeram ser o que sou hoje.

Depois de escolhermos se vamos revelar ou não a existência de uma doença, pré-existente ou diagnosticada durante um serviço, temos que decidir se vamos continuar naquela atividade ou não. Esse é um dilema que certamente deverá ser enfrentado por quem tem EM, levando em conta elementos que não são unicamente individuais, como a estrutura da empresa, horários, dificuldades, tipos e exigências do trabalho em relação à doença.

Na melhor das situações, você conta, o empregador compreende as suas necessidades e adapta a elas o local e atividades do trabalho. Mas mesmo assim nem sempre conseguimos cumprir as exigências e qualificações necessárias, demandando capacidades que você não está apto a cumprir. E a isso, temos que decidir o quanto continuar no mesmo ritmo e trabalho pode afetar a nossa saúde. Nesse caso, a sobrevivência, o prazer e a felicidade não estão colocados fora da atividade em si, na obtenção de um salário para a administração da vida, mas na própria realização de um serviço, coerente com nossa saúde e qualidade de vida.

Então não adianta trabalhar em obras carregando saco de cimento se lhe falta força, equilíbrio e disposição; nem fazer palestras se a EM atacou sua memória, concentração e dicção. Isso, às vezes, significa mudar de profissão. Somos ensinados a buscar coisas permanentes e somos resistentes à mudança, mas, às vezes, não se adequar mais àquilo que estamos acostumados a fazer e fazemos para sobreviver é uma oportunidade para olhar a questão mais de longe e encontrar possibilidades que estavam ocultas sob a rotina e dia a dia.

Mesmo que precisemos de um sustento financeiro, com EM às vezes somos obrigados a escolher o tempo ao dinheiro. Algo mais aderentes às rotinas de tratamento, afastamentos, horários flexívis e condições especiais, devendo igualmente ser compreendido por todos à nossa volta: família, amigos, relacionamentos etc. Continuar ou mudar pode ser uma questão de prazer e adaptação em relação aos objetivos pretendidos. Mas, assim como nossa prática deve ser revista, em mudanças e adaptações, o mesmo vale para os nossos planos e pretensões.

 

Outro post que pode interessar o leitor sobre esse assunto é o “Sobre experiências e expectativas”.

 

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