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Uns dias antes da consulta, já começo a reler tudo que anoto no meu diário.
“Diário tia?” Esses dias ouvi e vi a carinha de espanto das minhas sobrinhas de treze anos quando ficaram sabendo que sua tia de quarenta e um faz um diário.
Bem, confesso a vocês meus amigos multiplos, que sempre adorei escrever e quando adolescente, fazia das agendas, um diário onde relatava todos os acontecimentos do meu dia.
Depois com a idade adulta, não mais escrevia sobre momentos, apenas marcava sobre compromissos. Porém, minha memória sempre funcionou como um diário para relembrar as datas de momentos inesquecíveis.
Contudo, chegou o dia em que percebi que cada dia era uma nova sensação, um novo evento, foi depois do diagnóstico da EM, que notei que marcar tudo que estava sentindo naquele dia, iria ajudar no momento de conversar com o médico, pois sempre alguma coisa passa tão rápido que acabamos esquecendo e além disso, aprendi que se eu anotar a atividade que realizei naquele dia e a sensação que me proporcionou, posso reconhecer melhor os meus limites, então, iniciei o meu diário de bordo.
Sempre que me perguntam, como consegui aprender a conviver com a EM, se ela é tão incerta ? Inesperada. Digo que comecei observando e anotando tudo, percebendo que mais de duas atividades no mesmo período, eu me cansava mais do que dividindo as atividades em dias diferentes, em períodos, assim por diante.
Portanto, antes da consulta, faço uma boa revisada no meu diário, marco as principais queixas que tive e a época e se elas ainda existem, vou apontando desde de quando estou com aquelas sensações.
Percebo que o médico fica preocupado em saber no exame clínico, o motivo daquelas minhas sensações e para isso ele investiga tudo.
Acredito que é uma forma ótima de auxiliar o profissional no momento de te examinar, afinal a EM é muito complexa, pra você chegar no consultório e dizer que está sentindo muita vertigem e ponto.
É responsabilidade do paciente, fazer com que o médico entenda o que está se passando e do médico descobrir o motivo.
No entanto, a gente fazendo essa relação das coisas que fizemos, como por exemplo, no meu caso, começo marcando o horário que acordo pois como sou uma verdadeira vampira, uso a noite para realizar alguns afazeres que adoro e a manhã para dormir. Mas, infelizmente no frio, tá muito difícil de sair da cama, então, o Baby chega e me chama pra almoçar e as vezes não consigo almoçar com ele.
Eu sei, eu sei, está errado, faz mal para o meu corpo, ah, mas tenho a desculpa das férias além do frio….rs
Ou seja, anotei que almocei as 14:30, depois tomei banho, lavei a cabeça e sequei o cabelo no secador, então troquei de roupa e fui pra casa da minha irmã brincar com a sobrinha, depois ela me deixou na psicóloga, Baby foi me buscar e fomos direto pra casa da minha mãe, conversamos, jantamos e cheguei em casa as 22:30 me sentindo zonza e cansada. Depois fiquei na TV e li meu livro.
E assim por diante, nos outros dias. Passa a semana e eu me encontro, zonza, cansada, perna mais fraca por qualquer coisa. Então, vou nas minhas anotações e já tenho a resposta pra aquela sensação momentânea, mas só porque é momentânea mesmo, se não sumir comunico ao doutorzinho e conto os meus afazeres também, as vezes ele até diz que pode ser por eu ter feito muitas coisas mesmo, por isso, indica ficarmos em observação.

Amigos essa foi a forma que encontrei de conhecer o que se passa comigo e aprender a conviver com a bonitona, e também de não me desesperar a qualquer sintoma, porque algumas vezes, quando verifico as minhas anotações, percebo que abusei, daí quando a gente ultrapassa nossos limites, vocês já sabem como é né, portanto, consigo me manter calma e relaxar, repousar para aquilo que estiver me incomodando sumir.
Enfim, para aqueles que ainda não aderiram as anotações, super indico. Anotem o que fizeram no dia e o que sentiram. Chega um momento que o sintoma ou sequela que te estressa tanto, passará desapercebido, e isso é o mais incrível do nosso cérebro, a plasticidade cerebral, sobre isso, falaremos no próximo post.

Mil beijinhos e até mais amores…..

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